Pacto pela Vida completa 10 anos sob muitas críticas

O Pacto pela Vida, programa de segurança pública criado em maio de 2007, chegou aos dez anos de implantação sob muitas críticas. Somente do mês de março deste ano, a Secretaria de Defesa Social (SDS) contabilizou um total de 548 assassinatos no estado do dia 1º ao final do mês de março. Desse total, 295 aconteceram no interior, onde estão inclusos os municípios das zonas da Mata Norte e Sul, do Agreste e do Sertão. Na Região Metropolitana ocorreram 157 homicídios. Já o Recife contabilizou 96 assassinatos. Os números de abril, no entanto, só serão divulgados no próximo dia 15 deste mês.

Vários protestos já foram realizados para denunciar o aumento no número de mortes em Pernambuco. Foto: Teresa Maia/DP

Devido a essa escalada assustadora, a população pernambucana tem cobrado mais ações por parte do poder público, que não tem conseguido fazer o seu dever de casa no quesito segurança. Nesta segunda-feira, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) voltou a falar dos números de assassinatos que não param de aumentar no estado. Dados da SDS apontam que o primeiro trimestre deste ano foi o mais violento desde a criação do programa, em 2007, com 1.522 homicídios registrados, contra os 1.294 computados há dez anos.

Líder da oposição na Alepe, o deputado Silvio Costa Filho (PRB) destacou que o governo Paulo Câmara abandonou as bases do programa, que era centrado no diálogo, na transparência e na valorização dos agentes de segurança. “O governador terceirizou a coordenação do Pacto pela Vida, quando deveria ter puxado para si a responsabilidade; deixou de investir no aparelhamento das policias e não priorizou a prevenção ao crime”, criticou o parlamentar.

Idealizador do programa, o sociólogo José Luiz Ratton corroborou as críticas da Oposição, em entrevistas recentes aos órgãos de imprensa.  O estudioso destaca que a partir de 2014 houve um enfraquecimento da coordenação do programa, que deixou de contar com a presença permanente do governador, ao mesmo tempo em que não houve investimentos no sistema prisional, na Funase, na Polícia Científica, em tecnologia aplicada à segurança e em programas de prevenção da violência em áreas mais vulneráveis.

Vice-líder da Bancada de Oposição e ligado à Polícia Militar, Joel da Harpa (PTN/Podemos) destacou a falta de investimentos na Polícia. “A Polícia Militar trabalha hoje com déficit de homens, desaparelhada e com equipamentos obsoletos. Além da falta de transparência, o diálogo com a corporação também foi extinto, comprometendo as bases do Pacto pela Vida. A reabertura do diálogo com os policiais, a valorização profissional e os investimentos nas polícias são essenciais para combater o crescimento da criminalidade”, destacou.

A Bancada de Oposição vai enviar ao governador Paulo Câmara uma nova solicitação de audiência para discutir a questão da segurança, além de apresentar um projeto para que a Assembleia Legislativa tenha dois assentos do conselho do Pacto pela Vida e realizar, ainda este mês, uma audiência pública sobre o tema. “Nós da Oposição estamos à disposição do Governo do Estado para contribuir nesse debate e ajudar a construir uma saída para reduzir a criminalidade”, ressaltou Silvio.

Com informações da Bancada de Oposição da Alepe

Acusado de matar modelo Danielle Fasanaro será julgado em junho

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) marcou para o próximo dia 6 de junho o júri popular do homem acusado de assassinar a modelo Danielle Solino Fasanaro, aos 35 anos. No dia 19 de junho de 2013, uma multidão acompanhou o desfecho do crime que marcou o bairro de Casa Caiada, em Olinda, e a memória dos amigos e familiares das vítimas. O tatuador Emerson Du Vernay Brandão, segundo a polícia, inconformado com o final do relacionamento, matou a ex-companheira.

O crime aconteceu no Edifício Estrela do Mar, onde Danielle morava com o filho, que na época tinha oito anos. Armado com uma pistola, Emerson matou Danielle Solino e fez o menino de refém. “Depois de quase quatro anos de luto na luta, consegui que o caso de Dani fosse para o júri popular. Assim, convido a todos para juntos virmos de pertinho a justiça finalmente sendo feita. Espero que ele seja condenado à pena máxima”, escreveu a irmã da vítima, Michelle Fasanaro, em sua rede social. O suspeito do crime segue detido no Presídio de Igarassu.

Caso Serrambi: pai de Tarsila Gusmão diz que a justiça será feita

No dia em que as mortes das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão completa 14 anos, no crime que ficou conhecido com o Caso Serrambi, o Blog Segurança Pública falou com o comerciante José Vieria, pai de Tarsila, sobre o caso. As duas garotas desapareceram no dia 3 de maio de 2003 e os corpos só foram encontrados, pelo próprio Vieira e um amigo, dez dias depois, num canavial, em Ipojuca.

José Vieira espera que culpados sejam punidos pelas mortes. Foto: Divulgação

José Vieira sempre acreditou no resultado das investigações das polícias Civil e Federal, que apontaram os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira como os culpados pelas mortes. “Não esqueci nada. Tenho certeza que um dia faremos justiça pelas duas (Tarsila e Eduarda). Na minha vida essa é a única pendência. Só sossego quando resolvê-la”, disse Vieira. Marcelo e Valfrido Lira sempre negaram envolvimento com os assassinatos das duas adolescentes.

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Caso Serrambi completa 14 anos nesta quarta-feira e pode ter novo capítulo

Caso Serrambi completa 14 anos nesta quarta e pode ter novo capítulo

Em 3 de maio do ano de 2003, as estudantes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, ambas com 16 anos, desapareceram depois de um passeio de lancha com amigos, na praia de Serrambi, no Litoral Sul do estado. Dez dias depois, os corpos das duas garotas foram encontrados em estado de decomposição num canavial, no distrito de Camela, em Ipojuca. Nesta quarta-feira faz 14 anos que as duas adolescentes foram vistas com vida pela última vez.

Maria Eduarda e Tarsila foram vistas caminhando na praia antes de desaparecer. Foto: Divulgação
Maria Eduarda e Tarsila foram vistas caminhando na praia antes de desaparecer. Foto: Divulgação

O júri popular realizado no ano de 2010 absolveu os dois suspeitos do crime que, segundo a Polícia Civil, foram os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira. Em março de 2015, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) julgou a apelação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que pedia a anulação do júri. No entanto, a 1ª Câmara Criminal do TJPE decidiu por unanimidade manter o resultado do júri popular. Com isso, o advogado Bruno Lacerda, que atuou como assistente de acusação do MPPE, entrou com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para recorrer da decisão dos desembargadores. O recurso ainda não foi julgado.

Corpos das duas adolescentes foram encontrados num canavial. Foto: Teresa Maia/DP
Corpos das duas adolescentes foram encontrados num canavial. Foto: Teresa Maia/DP

O pedido de anulação do julgamento que inocentou os kombeiros por quatro votos contra três foi feito pelos promotores Ricardo Lapenda e Salomão Abdo Aziz, que acompanharam o caso na época, e pelos pais da adolescente Tarsila Gusmão. Para justificar a realização de um novo julgamento, a acusação apontou três pontos considerados favoráveis à nulidade, mas os desembargadores não acharam os pontos suficientes para uma anulação.

A novela em torno do Caso Serrambi se arrastou por sete anos até chegar ao julgamento devido às divergências que existiram entre o então promotor de Ipojuca, Miguel Sales, falecido em outubro de 2014, e a Polícia Civil. O caso foi investigado cinco vezes, duas delas pela Polícia Federal, e em todas as conclusões os irmãos Marcelo e Valfrido foram apontados como autores do crime. Eles alegam que são inocentes.

Família de Danielle Fasanaro, morta em 2013, ainda espera por justiça

Perto de completar quatro anos do crime, familiares da modelo Danielle Solino Fasanaro, morta aos 35 anos, ainda esperam por justiça. Até hoje, o suspeito pelo assassinato não foi julgado. No dia 19 de junho de 2013, uma multidão acompanhou aflita e assustada o desfecho de um crime que marcou o bairro de Casa Caiada, em Olinda, e a memória dos amigos e familiares das vítimas. Naquela manhã, o tatuador Emerson Du Vernay Brandão, então com 30 anos, segundo a polícia, inconformado com o final do relacionamento de quatro anos, decidiu matar a ex-companheira.

Michelle luta até hoje para ver Emerson condenado. Foto: Roberto Ramos/DP
Michelle luta até hoje para ver Emerson condenado. Foto: Roberto Ramos/DP

O cenário do crime foi o Edifício Estrela do Mar, onde a mulher morava com o filho, que na época tinha oito anos. Armado com uma pistola, Emerson matou Danielle Solino e fez o menino de refém. Familiares de Danielle seguem à espera do julgamento de Emerson. Temem que ele consiga deixar a prisão. “Não é possível que o culpado pela morte da minha irmã não vá a júri popular. Não vou desistir até que ele seja condenado pelo que fez”, disse Michelle Fasanaro. O suspeito do crime segue detido no Presídio de Igarassu.

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O endereço da tragédia

Justiça diz que ex-marido de engenheira não pode mais ser punido

Um caso que se arrasta na Justiça desde o ano de 2012 teve mais um capítulo recente. A juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Jaboatão dos Guararapes, Juliana Coutinho Martiniano Lins, publicou decisão afirmando que o ex-companheiro da engenheira civil Alzira Cortez de Souza, que morreu em abril de 2012, não poderá mais ser punido pela omissão de socorro que a ele foi atribuída após o falecimento da esposa.

De acordo com a Justiça, o crime que, em tese, teria sido cometido por Marcos Antônio de Lazari, prescreveu quarto anos após a morte de Alzira. “Ao autor do fato é imputada a conduta descrita no art. 135, parágrafo único, do Código Penal, que possui pena máxima abstrata de 01 (um) ano e 06 (seis) meses, prescrevendo em 04 (quatro) anos, de acordo com o citado artigo 109. Assim, a prescrição para o delito do art. 135, parágrafo único, do Código Penal, ocorreu em 09/04/2016, vez que o fato narrado ocorreu em 09/04/2012 e, até a presente data, não foi julgado nem ocorreu nenhuma causa interruptiva ou suspensiva da prescrição, tornando-se, agora, impossível o exame meritório da conduta punível para possível imposição de pena a Marcos Antônio de Lazari, visto haver sido beneficiado pela inércia do poder público”, publicou a juíza em 24 de fevereiro deste ano.

Alzira e Marcos viviam nesta casa, no bairro de Piedade. Foto: Wagner Oliveira/DP
Alzira e Marcos viviam nesta casa, no bairro de Piedade. Foto: Wagner Oliveira/DP

Ainda na decisão da juíza segue: “Isto posto, reconhecendo a prescrição da pretensão punitiva do Estado, nos termos do art. 107, inciso IV, primeira figura, c/c art. 109, V e VI, do Código Penal, julgo extinta a punibilidade de Marcos Antônio de Lazari e, consequentemente, determino a baixa na distribuição. Feitas às anotações necessárias e comunicações, arquivem-se os autos. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Jaboatão dos Guararapes, 24 de fevereiro de 2017. Juliana Coutinho Martiniano Lins Juíza de Direito”

Em agosto de 2013, o blog publicou que um ano depois do início das investigações sobre a morte da engenheira civil Alzira Cortez de Souza, 58 anos, a Polícia Civil concluiu que a vítima não foi assassinada. O caso foi investigado pela Delegacia de Piedade depois que a família da engenheira afirmou ter suspeitas sobre o ex-companheiro de Alzira. Os parentes acreditavam que Alzira tivesse sofrido espancamento, o que a levou à morte. Segundo Marcos Lazari, um segundo inquérito foi aberto no qual ele foi indiciado pelo crime de omissão de socorro (artº 135). Essa decisão judicial extingue sua culpabilidade nesse indiciamento.

A engenheira morreu após passar dois dias internada no Hospital da Restauração, onde deu entrada como vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). O inquérito concluído no mês de maio de 2013 foi remetido à Justiça, baseado nas conclusões do médico legista e do perito criminal que não concluíram por morte acidental ou de natureza homicida, foi fechado afirmando que a delegada responsável pelas investigações entendeu que não ficou corroborada a materialidade delitava, ou seja, não houve crime.

Após indiciamento, ex-gerente do Ciods é submetido ao Conselho de Justificação

A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) iniciou o trâmite do Conselho de Justificação ao qual foi submetido o ex-gerente do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) coronel Ricardo Fentes. Ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica. Segundo a polícia, no mesmo inquérito, também foram indiciados dois empresários pelo crime de corrupção ativa.

Três membros da Corregedoria irão apurar as denúncias feitas contra Fentes e, ao final, encaminhar para análise do secretário de Defesa Social. Caso as denúncias sejam comprovadas, coronel Fentes, que está atualmente reformado, pode perder a patente de oficial. A distribuição do Conselho de Justificação em desfavor do coronel Fentes foi publicada no Boletim Geral da SDS do último dia 21.

Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press
Fentes disse que provará sua inocência. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press

Segundo a Polícia Civil, o coronel confessou ter recebido indevidamente o valor de R$ 400 mil reais em contratos de prestação de serviço ao Ciods, ao longo da sua gestão, no ano de 2015. O crime de falsidade ideológica é relativo à emissão de falso atesto da conclusão de serviços para que as empresas pudessem receber o valor de contrato. A investigação foi realizada pela Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp).

Em coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (20), o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Joselito Kherle do Amaral, informou que a investigação, que começou em 2015 e foi concluída em fevereiro de 2017, foi conduzida pela delegada Patrícia Domingos.

De acordo com Kherle, o crime de falsidade ideológica foi comprovado pelo fato de o ex-gerente do Ciods receber propinas relativas ao conserto e manutenção de câmeras de segurança da SDS espalhadas pelo Recife e Região Metropolitana. “Ele recebia, mas os serviços não eram executados. Duas empresas venceram a licitação para fazer a manutenção das câmeras de segurança, mas não prestavam o serviço, apesar de pagar uma parte a ele (Fentes). Acreditamos que algumas câmeras que deixaram de funcionar nesse período não foram consertadas, e o estado ficou sem elas por isso”, afirmou.

Segundo o gestor da Polícia Civil, novas empresas estão prestando o serviço atualmente. Procurado pelo blog Segurança Pública na semana passada, coronel Fentes informou que ainda não havia sido informado do seu indiciamento. Disse também que iria provar sua inocência na Justiça e negou que tivesse confessado em depoimento o recebimento de R$ 400 mil.

Defesa de acusado no caso Betinho do Agnes quer trancar processo

O advogado Jorge Wellington, que está atuando na defesa do estudante Ademário Gomes da Silva Dantas, indiciado pela Polícia Civil como um dos responsáveis pela morte do professor Betinho do Agnes pediu na Justiça que vários pontos do processo que acusa o jovem fossem revistos. Ademário e outro estudante que à época do crime tinha 17 anos foram apontados como os responsáveis pelo crime ocorrido em maio de 2015.

Entre os pedidos, a Justiça autorizou a realização de uma nova audiência requisitando a presença da delegada e do perito que estiveram no local do crime no dia em que o corpo da vítima foi encontrado, a entrega das mídias contendo as imagens do circuito interno do Colégio Agnes e a realização de perícia papiloscópica por peritos da Polícia Federal (PF) para comprovar se a impressão digital de Ademário foi encontrada num móvel da casa de José Bernardino da Silva Filho.

Ainda entre as dúvidas levantadas pela defesa está também a hora exata da morte de Betinho. Os horários apontados pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e pelo Instituto de Criminalística (IC) estariam apontando divergências. Além disso, o Laboratório de Perícia e Pesquisa em Genética Forense foi oficiado para dar esclarecimentos quanto à natureza dos vestígios biológicos periciados.

Jorge Wellington disse que "perícia foi infundada". Foto: Teresa Maia/DP
Jorge Wellington disse que “perícia foi infundada”. Foto: Teresa Maia/DP

Segundo o advogado Jorge Wellington, que assumiu a defesa de Ademário recentemente, o objetivo dos pedidos é, caso o resultado da PF seja diferente do obtido pelo do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), solicitar o trancamento da ação. “Essa perícia é infundada. Ademário nunca esteve naquele apartamento. Ele não participou daquele crime. Isso será provado. Vou pedir o trancamento da ação por falta de justa causa”, ressaltou o advogado, acrescentando que haverá uma audiência no próximo dia 26 de maio. Jorge Wellington ficou conhecido ao conseguir inocentar no júri popular os irmãos Marcelo e Valfrido Lira das acusações das mortes das adolescentes Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado.

Crime aconteceu neste prédio, na Boa Vista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime aconteceu neste prédio, na Boa Vista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

De acordo com o chefe de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, ainda não há data prevista para a divulgação do resultado da nova perícia. Além de Ademário, outro aluno do Colégio Agnes, segundo a polícia, teve participação no crime. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço. Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. As digitais do adolescente estavam no ferro e no ventilador. Já as digitais de Ademário estavam em uma cômoda do apartamento que fica no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

O delegado Alfredo Jorge concluiu a investigação e indiciou Ademário e adolescente como os responsáveis pela morte de Betinho. As impressões digitais foram as provas mais contundentes apresentadas pela investigação. Quando ouvidos na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dois estudantes negaram participação no assassinato que está perto de completar dois anos. Além do Agnes, Betinho também trabalhava na Escola Municipal Moacir de Albuquerque, no bairro de Nova Descoberta, de onde havia pedido transferência uma semana antes de ser assassinado.

Assaltos e medo são rotina na BR-232

Trafegar pela BR-232, principalmente à noite, voltou a ser um risco para os motoristas e ocupantes de veículos e ônibus. Faltando menos de dois meses para o início das festas juninas, muita gente que vai pegar a estrada em direção às cidades do Agreste ou Sertão pernambucanos já está pensando no que pode encontrar pela frente. Relatos de assaltos na rodovia federal são frequentes.

Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Motoristas trafegam assustados pela rodovia federal. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Na última quinta-feira, um grupo de amigos teve o carro interceptado por cinco assaltantes que estavam em outro veículo. Armados, os criminosos realizaram disparos contra o carro das vítimas, o que os fez parar na estrada. O fato aconteceu por volta das 21h40 entre os municípios de Gravatá e Bezerros, quando o grupo seguia para a cidade Garanhuns.

O universitário Marcos Venício Cândido, 20 anos, dirigia um Polo Sedan de cor prata e placas PGG-6682, onde estavam mais quatro amigos dele. Um veículo Corolla com cinco ocupantes se aproximou do carro guiado por Marcos na altura do quilômetro 87. “Eles atiraram no carro e tivemos que parar. Dos cinco homens que estavam no Corolla, quatro desceram. Dois estavam armados e dois encapuzados. Levaram todos os nossos pertences e também o carro. Até agora não tivemos informação da localização do Corolla”, ressaltou Marcos.

O grupo foi deixado em uma área escura da rodovia. Nenhum dos jovens que seguiam para Garanhuns foi ferido. Com a ajuda de um motorista de caminhão, foram deixados em um posto de combustíveis.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), de janeiro até ontem, sete casos de assaltos foram registrados pelos policiais que trabalham no posto da PRF de Gravatá, que atende Moreno até Bezerros. Desses casos, três foram veículos de carga e um táxi. A assessoria de comunicação da PRF informou ainda que desde o início deste ano nove pessoas foram presas e dois adolescentes foram apreendidos envolvidos em vários crimes na região.

A PRF destacou que casos de violência devem ser denunciados através do telefone 191 e recomendou que os motoristas evitem para em locais desertos durante as viagens. O Núcleo de Operações Especiais da PRF desenvolve um trabalho de prevenção nas estradas federais que cortam o estado com o objetivo de reduzir os índices de violência.

Mais de 21 mil estupros ocorreram em Pernambuco nos últimos 10 anos

Não é só o número de assassinatos que tem deixado a população pernambucana apavorada. Crimes de roubos a bancos, assaltos a ônibus, roubos de carros e telefones celulares também seguem desafiando a polícia. E para completar a lista, os crimes de estupro também seguem em alta.

Além dos 497 casos registrados nos três primeiros meses deste ano, segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 21.256 estupros foram registrados em Pernambuco entre os anos de 2006 e 2016. Em todo o ano passado, 2.196 pessoas foram violentadas sexualmente no estado. O interior de Pernambuco é a região onde mais acontecem os estupros.

Essa é uma das vítimas desse tipo de violência. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP
Essa é uma das vítimas desse tipo de violência. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP

Embora as estatísticas sejam assustadoras em todo Brasil, o retrato fiel da violência sexual pode ser muito pior. O 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que apenas 35% das vítimas de crimes sexuais denunciam o caso às autoridades. Muitas dessas vítimas são violentadas por familiares.

A Lei Federal 12.015/2009 alterou a conceituação de estupro, passando a incluir, além da conjunção carnal, os atos libidinosos e atentados violento ao pudor. Entre as vítimas, estão homens e mulheres, embora o sexo feminino seja o mais vitimado.

Leia mais sobre o assunto em:

Estupro: marca difícil de apagar