A violência voltou a subir no estado. Julho teve 297 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), 40 a mais que no mesmo período de 2014. Os números foram anunciados ontem pela Secretaria de Defesa Social. O titular da pasta, Alessandro Carvalho, ponderou que, apesar do crescimento, julho foi o segundo mês menos violento de 2015 até agora. Em junho, 264 homicídios foram computados.
Para Carvalho, o aumento nas mortes deve-se a fatores com o crescimento do tráfico de drogas e da criminalidade em geral, em meio à crise econômica, e à redução dos plantões por alguns delegados e policiais civis, em protesto.
“Apesar dos esforços que estamos fazendo, o mês de julho não teve um bom resultado no Pacto pela Vida. Depois de dois meses seguidos de redução, veio esse aumento de 15,6% no número de CVLIs. Um dos pontos que contribuiu para esse cenário foram as entregas dos plantões no interior do estado. Tínhamos 14 delegacias de plantão na Zona da Mata e no Agreste e depois das entregas, esse número caiu para oito. Isso faz com que as viaturas da PM fique mais tempo sem circular nas ruas porque estão nas delegacias para registar as ocorrências”, ponderou o secretário. Ainda segundo Carvalho, o governo do estado está aberto ao diálogo com os policiais, porém não tem previsão para que seja sinalizado aumento de salário.
Meta Segundo dados da SDS, as Áreas Integradas de Segurança mais violentas em relação ao número de assassinatos foram as de Paulista (27), Caruaru (27), Garanhuns (26), Jaboatão (24), Nazaré da Mata (21) e Cabo de Santo Agostinho (20). O desafio da SDS agora será atingir a meta do Pacto pela Vida, que prega uma redução de 12% em relação ao número de mortes com o mesmo período do ano anterior, para o mês de agosto.
Em 2014, 250 assassinatos foram registrados em Pernambuco em agosto. Isso significa dizer que para este mês, para atingir a meta, o estado não pode registrar mais do que 220 homicídios.
As polícias Civil e Militar anunciaram ontem reforços para tentar reduzir os assaltos a bancos na Região Metropolitana. De acordo com o comandante da Polícia Militar, coronel Pereira Neto, o policiamento foi reforçado nos principais corredores bancários. “Haverá bloqueios e policiamento com motos perto das agências”, ressaltou. Ele informou que neste ano, 30 pessoas foram presas no estado por esse crime.
O chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, anunciou que neste mês a Delegacia de Repressão ao Roubo receberá mais um delegado, totalizando três. “Acredito que o aumento do efetivo e a troca de informações entre a delegacia e as as agências ajudarão a prender os suspeitos”, ressaltou Barros. Neste ano, 12 pessoas foram presas pela Civil por assaltos a bancos.
Segundo a SDS, 24 assaltos foram registrados em 2015 no estado, até a última terça-feira. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o número de assaltos neste ano é de 35. Na manhã desta quinta-feira, o sindicato faz uma coletiva para apresentar os dados referentes aos últimos sete meses. Às 14h, uma reunião no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor (Caop Consumidor) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai discutir a questão da segurança nos bancos.
Depois de obter um resultado positivo no mês de junho em relação ao número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), o governo do estado perdeu o controle da violência em julho. As estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS) mostram que um total de 297 homicídios foram notificados no estado no último mês, 40 a mais que o mesmo mês do ano passado quando foram contabilizadas 257 mortes em Pernambuco. Os números não foram divulgados pelo governo do estado na tarde desta quarta-feira, mas o blog teve acesso com exclusividade ao resultado na noite dessa terça-feira.
Ainda de acordo com os dados da SDS, as Áreas Integradas de Segurança (AISs) – que incluem várias localidades – mais violentas em relação ao número de assassinatos foram as de Paulista (27), Caruaru (27), Garanhuns (26), Jaboatão dos Guararapes (24), Nazaré da Mata (21) e Cabo de Santo Agostinho (20). Os números vermelhos costumam deixar a cúpula de segurança em sinal de alerta, o que faz aumentar a cobrança em cima dos policiais militares e civis para obter melhores resultados. No entanto, as duas categorias andam par lá de insatisfeitas com o governo do estado. “Temos um dos piores salários do Brasil”, disse um policial civil que pediu reserva no nome.
Como não adianta chorar pelo leite derramado, o desafio agora será atingir a meta do Pacto pela Vida, que prega uma redução de 12% em relação ao número de mortes com o mesmo período do ano anterior, para o mês de agosto. Em 2014, 250 assassinatos foram registrados em Pernambuco em agosto. Isso significa dizer que para este mês, para atingir a meta, o estado não pode ter mais de 220 homicídios.
Desde o início de 2015, apenas em junho o governo do estado obteve êxito no cumprimento da meta do PPV. Em janeiro ocorreram 322 CVLIs, em fevereiro foram 324, no mês de março aconteceram 336 mortes, em abril foram computados 324 homicídios, já no mês de junho foram 264 CVLIs, 45 a menos que junho de 2014.
Apesar do alerta de especialistas de que as lanternas elétricas vendidas livremente no Centro do Recife representam risco de morte, a Secretaria de Defesa Social afirmou ontem que só agirá após eventuais casos de lesão corporal provocados pelo equipamento. Segundo a SDS, quem aplicar o choque em outra pessoa responderá criminalmente. O Código Penal Brasileiro prevê pena de três meses a um ano de prisão por lesão corporal grave, e de quatro a 12 anos se o ato resultar em morte.
A venda do equipamento foi denunciada ontem pelo Diario. A secretaria argumentou, através de nota, que não pode coibir a venda do artigo porque ele não é proibido pela legislação brasileira. “Não há vedação legal à comercialização desses produtos no território nacional, não estando classificados como produtos controlados pela legislação aplicável (Decreto Presidencial n. 3.665, de 20/11/2000, e portarias regulatórias expedidas pelo Exército Brasileiro)”, comunicou a SDS.
O Exército também afirmou que não pode fiscalizar, pois o produto não faz parte dos itens sob controle das Forças Armadas. O tenente-coronel Helder de Barros, chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 7ª Região, disse, porém, que se as lanternas provocam choques, não deveriam estar sendo vendidas.
Fabricada na China, a lantaser tem manual em inglês e poucas informações sobre o funcionamento. O diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Nabil Ghorayeb, afirmou à Agência Estado que o choque pode causar parada cardíaca e morte.
Uma lanterna que produz choques elétricos e pode até causar mortes está sendo vendida livremente no comércio do Centro do Recife. Chamado de lantaser (junção entre lanterna e a arma elétrica taser) em algumas cidades do Sudeste, onde têm sido bastante comercializado, o artigo tem preço entre R$ 25 a R$ 60 e pode ser encontrado em lojas de importados no bairro de São José e no Camelódromo da Avenida Dantas Barreto.
Cardiologistas alertam que as pessoas que recebem a descarga correm sérios riscos. Apesar do perigo, o Exército e a Secretaria de Defesa Social não estão fiscalizando a venda. O Diario comprou um equipamento ontem, no Centro da cidade, após testar seu acionamento em várias lojas. De origem chinesa, a lanterna vem com manual de instrução em inglês e poucas informações sobre seu funcionamento. Entre as especificações do produto estão o peso de 180 gramas e a corrente elétrica de 2,5 amperes.
A estudante Roberta Asfora, 29 anos, comprou uma lantaser há cerca de três meses. Ela contou que anda com o equipamento dentro do carro para se defender de um possível assalto. “Sempre tive vontade de comprar spray de pimenta. Como era mais difícil, optei pela lanterna. Encontrei, por acaso, numa loja do Centro e a vendedora me explicou como funcionava. A lanterna fica perto da marcha do carro, mas graças a Deus nunca precisei usá-la.”
Ela acrescentou que no dia em que comprou o artigo havia uma placa na loja alertando para que o cliente não tocasse no produto devido ao risco de choque. “Eu até disse à vendedora que aquilo era perigoso, mas mesmo assim comprei”, contou.
Parada cardíaca
O diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Nabil Ghorayeb, disse à Agência Estado que “se a pessoa tiver arritmia cardíaca, ou se usa dispositivo como marca-passo, pode ter uma parada cardíaca. Se não for recuperada, leva à morte.”
Segundo o engenheiro elétrico Sérgio Luiz Pereira, professor da PUC-SP, a tensão que consta no manual, 1 milhão de volts, é bem maior do que os 12 mil volts normalmente presentes em fios de alta tensão. “Quando esses fios caem sobre um carro, o incendeiam”, disse Pereira à Agência Estado. Para ele, a informação do manual pode estar errada.
O engenheiro elétrico Davi Martins Vieira, que analisou a voltagem da lanterna para o Bom Dia Brasil, da TV Globo, averiguou a carga de oito mil volts, também equivalente à de fios de alta tensão da rede elétrica. “Não se pode usar um equipamento desses com um manual com pouquíssima informação e não confiável. A pessoa está arriscada a ela mesma ter problemas.”
O secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho disse que a polícia não tem como fiscalizar a comercialização, mas ressaltou que nunca se deve reagir a assaltos. A fiscalização cabe à Receita Federal e à Secretaria da Fazenda, mas apenas com relação à procedência e aos impostos.
O Exército é responsável por fiscalizar alguns produtos de risco, mas a lantaser não faz parte da lista. “Se as lanternas produzem choque, não podem estar sendo comercializadas”, ponderou o tenente-coronel Helder de Barros, chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 7ª Região Militar.
Saiba mais
A lantaser não está na portaria do Ministério da Defesa que regulamenta as armas não letais e a polícia ainda não está fiscalizando sua comercialização. Apesar disso, comerciantes têm evitado deixar o produto exposto nas lojas
Com aproximadamente 180 gramas, a lanterna com choque é feita de alumínio e resiste a quedas
Uma rajada contínua de cinco segundos pode imobilizar o receptor, causando desorientação, perda de equilíbrio e entorpecimento por alguns minutos
Em contato com o corpo, libera uma descarga elétrica de aproximadamente 8 mil volts, o que pode causar paradas cardíacas
Produtos controlados pelo Exército
-Armas e seus acessórios
-Munições
-Explosivos
-Produtos Químicos Sensíveis (Prec GQ e GQ)
-Produtos Químicos de Interesse Militar
-Artifício Pirotécnico
-Blindagens e coletes
-prova de balas
-Taser
-Diversos
Pernambuco registrou 43 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) a menos em junho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. Os números foram apresentados na tarde desta quarta-feira pelo secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, durante entrevista coletiva. Segundo a SDS, o estado conseguiu reduzir em 13,9% o número de assassinatos na comparação entre os meses de junho de 2014 e 2015.
Ainda de acordo com as estatísticas da SDS, depois de catorze meses consecutivos, Pernambuco conseguiu redução no número de homicídios. Um total de 266 crimes de homicídio foram registrados no mês passado. Já no mesmo mês do ano de 2004, 309 pessoas foram assassinadas no estado. “Conseguimos redução nas mortes em maio e agora em junho. Precisamos manter o ritmo para dar sequência à redução”, afirmou o secretário Alessandro Carvalho.
A SDS atribuiu a diminuição no número de mortes às ações que têm sido desenvolvidas pelos órgãos operativos. Somento nos seis primeiros meses deste ano, 17 operações de repressão qualificadas foram realizadas em Pernambuco, cinco delas apenas no mês de junho, que resultou em 135 pessoas presas. “Além disso, 2.902 armas foram apreendidas até o dia 14 de junho e quase 10 mil pessoas foram detidas pela polícia”, ponderou o secretário.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou ontem o esquema de segurança para todo o estado durante as festividades juninas. Neste ano, a Operação São João começou no dia 30 de maio e segue até 29 de junho. Um total de 26 mil lançamentos de profissionais de segurança será feito nos dias de festa. O trabalho terá o reforço de dois helicópteros equipados para resgates e operações especiais. Já a Central de Videomonitoramento vai observar as festas através de 18 câmeras instaladas no Recife Antigo, quatro no Sítio da Trindade, 40 em Caruaru, no Agreste, e outras 40 em Petrolina, no Sertão. Atualmente, 985 câmeras estão instaladas no estado, sendo 535 na Região Metropolitana.
O governo do estado não informou quantos servidores trabalharão no período, no entanto, foi assegurado que serão respeitadas as folgas regulamentares. Serão 20.938 lançamentos da Polícia Militar, 3.026 da Polícia Civil, 2.015 do Corpo de Bombeiros e 25 da Polícia Científica. A SDS explicou o número de lançamentos não corresponde ao número de policiais nas ruas, pois o mesmo servidor vai trabalhar mais de uma vez durante a festa.
Segundo o secretário executivo de Defesa Social, Rodrigo Bastos, o esquema de policiamento foi montado com o objetivo de promover um São João tranquilo. “Estaremos com reforços em todos os polos de folia para garantir uma comemoração segura para o público pernambucano e para os turistas”, apontou. O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Antônio Barros, informou todas as delegacias de plantão também serão reforçadas. “Vamos ampliar o trabalho sem prejudicar as rotinas das delegacias”, ressaltou.
No Recife, a PM atuará no Sítio da Trindade, Pátio de São Pedro, Arsenal da Marinha, Rua da Moeda, Roda de Fogo, Bongi, Areias, San Martin, Várzea, Mustardinha, Jardim São Paulo, Barro, Avenida do Forte, Mercado da Encruzilhada, Chão de Estrelas, Ponte do Jacaré, Campo Grande, Alto do Pascoal, Torre e Arruda. Na Região Metropolitana, além do Recife, haverá ações específicas em Abreu e Lima, Olinda, Igarassu, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Itamaracá, Ipojuca, Moreno, Itapissuma e Paulista. Somente em Caruaru, serão 12.645 lançamentos, com uso de segways (diciclo também utilizado em shoppings).
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social estará atuando com uma viatura por dia com quatro policiais em Vitória de Santo Antão, Gravatá e Caruaru, das 19h às 7h. Em casos de roubo, perda ou extravio de documentos, a vítima pode fazer o registro da ocorrência na delegacia pela internet, através do site www.sds.pe.gov.br.
Depois de 14 meses registrando aumento no número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), Pernambuco conseguiu conter a alta em maio de 2015. Mesmo sem atingir a meta estipulada do Pacto pela Vida, de 12%, o estado apresentou redução de 4,5% na taxa de homicídios por 100 mil habitantes, e de 3,4% nos númros absolutos, em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos seis meses, Pernambuco vinha registrando uma média acima de 320 homicídios. No primeiro mês deste ano, por exemplo, houve aumento de 26,29% nos CVLIs, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nos meses subsequentes, o ritmo diminuiu. Em abril, o aumento foi de 9,1%.
Cresceram as Áreas Integradas de Segurança (AISs) que conseguiram atingir redução de 12% na taxa de CLVIs por 100 mil habitantes. Em janeiro, eram seis, enquanto em maio a quantidade saltou para 11. Dentre as quais, 10 evoluíram com taxas de CVLIs menores que a taxa nacional (29,17 por 100 mil habitantes).
No acumulado dos primeiros meses do ano, o estado registrou um aumento de 11,7% nos homicídios em relação ao mesmo período do ano passado. O dado, porém, é comemorado pelo secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, pois é menor se comparado aos outros meses. “Ainda não está naquilo que a SDS pretende, mas é a reversão de uma tendência. Estamos começando a colher os frutos das correções que anunciamos no começo deste ano.”
Entre as medidas, estão o aumento no valor da gratificação por apreensão de armas de fogo e a apreensão de bombeiros e policiais militares. “A diminuição é atribuída a dois indicadores importantes: a apreensão de armas aumentou em mais de 20% depois da alteração das regras de bonificação e a prisão de autores de delito já passa de oito mil. A gestão também está mais focada”, pontuou Carvalho.
Em agosto, 1,1 mil novos policiais militares começarão a trabalhar. Também haverá a criação do 25º BPM, do Batalhão de Polícia Especializada do Interior e da Companhia Independente de Goiana.
Saiba Mais
Comparação entre os maios de 2014 e 2015
Redução de 3,4 % nos números absolutos
Redução de 4,5% na taxa de CVLIs por 100 mil habitantesCVLIs
Variação do acumulado de janeiro a maio de 2014 e 2015
Janeiro
Aumento de 26,5%
Fevereiro
Aumento de 25,1%
Março
Aumento de 18,5%
Abril
Aumento de 16%
Maio
Aumento de 11,7%
Operações entre 2014* e 2015**
Armas apreendidas
Aumento de 22,1%
Recolhimento
Aumento de 0,8%
Pontos debelados
Aumento de 24,2%
*até o dia 25/05/2014
** até o dia 24/05/2015
Operações qualificadas realizadas
2014*
6
*até o dia 09/04
2015**
10
**até o dia 16/04
Por Área Integrada de Segurança (AIS)
11 AISs conseguiram redução de 12% na taxa de CVLIs em maio
10 AISs apresentaram em maio de 2015 taxas de CVLIs menores que a taxa Brasil (29,17 por 100 mil habitantes)
Afogados da Ingazeira
Salgueiro
Limoeiro
Arcoverde
Espinheiro
Boa Viagem
Cabrobó
Serra Talhada
São Lourenço
Petrolina
2 AISs apresentaram em maio de 2015 o melhor resultado da série histórica
Arcoverde
Olinda
83 municípios apresentaram taxa de CVLIs abaixo da taxa Brasil em maio de 2015
32 municípios não registraram CVLIs até maio de 2015
O Tribunal de Justiça de Pernambuco concedeu ontem mandado de segurança em favor do delegado de polícia Flávio Tau, removido da Delegacia do Alto do Pascoal por portaria da Secretaria de Defesa Social publicada em 25 de março deste ano. Os motivos da remoção teriam sido as reclamações feitas pelo delegado, em razão das condições precárias de trabalho e da ausência de efetivo e de viaturas para trabalhar. As queixas foram publicadas pelo blog no início deste ano.
Os desembargadores consideraram inadequados e insuficientes os motivos utilizados e que ensejaram a remoção, elogiando ainda a postura do servidor público, que agia com o fim de cumprir seu papel social. “Devo voltar na próxima semana para o Alto do Pascoal”, afirmou o delegado. Os desembargadores reconheceram a inamovibilidade relativa dos delegados de polícia, expressa em lei federal, enfatizando que o caso servirá como paradigma para qualquer outra remoção indevida, com ausência de motivação concreta e que não atenda ao interesse público.Por fim, a Justiça determinou a expedição imediata de ofícios à Secretaria de Defesa Social, comunicando da decisão e anulando a remoção. A expectativa é de que o delegado retome suas atividades ainda essa semana, na Delegacia do Alto do Pascoal, que comandava desde o ano de 2010.
Segundo a assessoria de imprensa da SDS, o caso será analisado pela Procuradoria Geral do Estado para saber se cabe recurso da decisão. No entanto, a SDS adiantou que a transferência do delegado ocorreu por questões operacionais e não por perseguição.
A força-tarefa que investiga a onda de assassinatos em Serra Talhada, a 415 km do Recife, no Sertão, vai retornar ao município para apurar crimes praticados na região desde o início do ano. Ontem, a Polícia Civil apresentou o resultado da Operação Paz no Sertão, que investigou a morte do vereador Cícero Fernandes, o Cição, assassinado no dia 12 de março. De acordo com a polícia, Cícero era o líder de uma organização criminosa acusada de vários crimes.
Durante a operação, que envolveu 249 policiais, foram presos Luciano de Souza Soares e Cícero Valdevino da Silva, policiais militares de Pernambuco, e Georgenes Alves Pereira, PM da Paraíba. Renato Rodrigues da Silva, suspeito de matar dezenas de pessoas, também foi capturado. De acordo com a Polícia Civil, o assassinato do vereador Cição teria sido motivado por vingança, devido a homicídios que a vítima teria encomendado, além de desavenças entre famílias.
Cícero Valdevino da Silva e Luciano de Souza Soares eram integrantes do grupo criminoso comandado por Cição. Já Georgenes Alves Pereira, Fernando Fábio Mourato e Gustavo Rafael Ferreira – esses dois últimos também foram assassinados -, são apontados como autores do homicídio. Permanecem foragidos Israel Pereira Lima, que seria integrante do PCC, e Wellington Silvestre dos Santos, também acusado de participar da chacina de Poção, no Agreste.
“Pessoas que tiveram parentes envolvidos em homicídios encomendados por Cição no ano passado juntaram-se para matar o vereador. O policial Georgenes, por exemplo, teve seu irmão assassinado e atuou como mandante da morte de Cição’’, disse o delegado Guilherme Caraciolo.
“Mesmo que tenhamos esses casos de policiais envolvidos no crime em Serra Talhada, é preciso deixar claro que o estado dará uma resposta. Eles não ficarão protegidos pela farda’’, disse o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.