Estado terá que pagar indenização à artista plástica Consuelo Valença

Após mais de 20 anos, a justiça deve começar a ser feita. O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a condenação do estado de Pernambuco no processo movido pela artista plástica Consuelo Valença de Lima Vieira, 60 anos. Dos R$ 30 mil que o estado havia sido condenado a pagar, o valor foi corrigido para R$ 202 mil. Uma esperança para a família de Consuelo, que hoje vive doente e mora com uma irmã no Rio de Janeiro.

Ela foi apontada pela Polícia Civil de Pernambuco como a responsável pela morte do marido, o engenheiro e artista plástico Aloísio de Lima Vieira Filho, 35, e das quatro filhas, Rita, 13, Renata, 12, Raquel, 10 e Rebeca 9, em 1995. No ano de 2003, a Justiça reconheceu que a artista plástica era inocente. Através dos seus advogados, Consuelo ingressou com um pedido de indenização por danos morais em 2005 e o caso vinha se arrastando na Justiça até então.

Consuelo chegou a ser suspeita pelas das mortes. Foto: Ayron Santos/DP D. A. Press
Consuelo chegou a ser suspeita pelas mortes. Foto: Ayron Santos/DP/Arquivo

A história da família Vieira Valença foi contada pelo Diario na superedição desse final de semana numa reportagem que trouxe à tona alguns casos de injustiça ocorridos em Pernambuco. As mortes aconteceram na casa onde a família morava, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Segundo o advogado Célio de Castro Montenegro, da Castro Montenegro Advocacia, escritório responsável pelo pedido de indenização, o STF manteve a decisão que já havia sido dada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em 2008.

“Já foi reconhecido o direito dela de receber a indenização. Agora o processo está na fase da execução da condenação. Demos entrada no dia 9 deste mês na 1ª Vara da Fazenda Pública. O mínimo que o estado deveria fazer era pagar a indenização a essa cidadã. Não estamos falando de R$ 2 milhões, e sim de R$ 200 mil”, destacou Célio Montenegro.

Célio Montenegro deu entrada na execução do processo. Foto: Wagner Oliveira/DP
Célio Montenegro deu entrada na execução do processo. Foto: Wagner Oliveira/DP

Ainda segundo o advogado, apesar da decisão do STF e do pedido de execução, não existe um prazo para o pagamento dessa indenização. Através do Diario, Iara Valença Menezes, 57, irmã de Consuelo, ficou sabendo da decisão da Justiça e do valor corrigido a ser pago pelo estado. A família espera que o dinheiro seja liberado o mais rápido possível.

“Pela demora que dura esse processo, achei o valor muito pouco. Mas se é isso que minha irmã tem direito, eu peço que esse dinheiro seja liberado logo. Consuelo está doente e precisamos pagar uma pessoa para tomar conta dela. Hoje ela vive apenas com um salário mínimo por mês e toma remédios todos os dias”, ressaltou Iara Valença. A Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) informou que o estado ainda não foi intimado do pedido de execução do processo de Consuelo.

As filhas e o marido de Consuelo foram envenenados durante o café da manhã, que estava contaminado com cianureto de potássio. Enquanto o marido e as filhas faziam a refeição, Consuelo foi até a casa da irmã, que morava no imóvel ao lado e não chegou a comer nada. Por isso passou a ser considerada suspeita e chegou a ser indiciada no inquérito policial. Somente depois de oito anos foi considerada inocente, quando seus advogados conseguiram provar na Justiça que o responsável pelo envenenamento coletivo foi o marido dela, Aloísio de Lima Vieira Filho, que estava passando por problemas financeiros.

Polícia Civil fará seminário sobre técnicas investigativas

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) realizará, no próximo dia 23, o 1º Seminário de “Técnicas Investigativas de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro”. O evento terá como público alvo delegados, investigadores e integrantes da inteligência da PCPE e SDS. No seminário, haverá palestras de representantes do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e da Coordenadoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (CCE/TCE).

O evento também contará com palestras com o apoio do Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social (CIIDS) sobre o funcionamento do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD) e o sistema SEI do COAF. O encontro será finalizado com um “estudo de caso” a ser apresentado pela Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos da Polícia Civil (DECASP). “Precisamos fortalecer cada vez mais a nossa Instituição, Polícia Civil, no combate constante à corrupção, a fraude na gestão do dinheiro público e contra o crime organizado”, afirmou o chefe da PCPE, delegado Antônio Barros.

Delegados da Civil deixam plantões

A Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) anunciou ontem que cerca de 200 delegados não trabalharão mais no Programa de Jornada Extra da Segurança, um sistema de horas extras acordado entre a categoria e o estado. Segundo a entidade, 90 delegacias ficarão fechadas em todo o estado como resultado da decisão. A Secretaria de Defesa Social anunciou, no entanto, que fará uma nova escala.

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Delegados estão inconformados com estrutura da PCPE. Arte/DP

Em entrevista coletiva concedida ontem, o presidente da Adeppe, Francisco Rodrigues, também apresentou uma campanha publicitária na qual a associação vai divulgar números da violência em Pernambuco. “A segurança pública do estado tem como base de seu funcionamento o PJES, que nada mais é que um programa de pagamento de horas extras que não remunera corretamente os servidores”, opinou Francisco.

Segundo ele, os delegados estão inconformados com a atual estrutura da Polícia Civil, que estaria trabalhando “basicamente em flagrantes” ao invés de investigar. De acordo com levantamento da Adeppe, 10 delegacias vão fechar na região da Mata Norte, assim como 13 na Mata Sul, 14 no Agreste e aproximadamente 50 no Sertão.

Através de sua assessoria de comunicação, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou que já tem um plano de contingenciamento pronto para refazer as escalas nestas unidades policiais.

Gleide Ângelo recebe medalha de Mérito da Câmara Municipal

A delegada Gleide Ângelo receberá, nesta quarta-feira, a medalha de Mérito da Câmara Municipal do Recife. A honraria, Medalha José Mariano – a mais alta da Casa, será uma forma de reconhecimento de sua contribuição à segurança pública de Pernambuco. Proposta pela vereadora Michele Collins, a solenidade está marcada para as 15h. Gleide foi muito parabenizada quando voltou ao Recife, no mês passado, acompanhada da sua equipe de investigação trazendo a menina Júlia Alencar, que havia sido levada pelo pai. A criança e o genitor foram encontrados pela polícia do Amapá, que ajudou a Polícia Civil pernambucana no caso.

Gleide Ângelo, Fabiana Leandro e Raldney Júnior chegarão ao Recife com Júlia nesta segunda-feira
Gleide Ângelo, Fabiana Leandro e Raldney Júnior voltaram ao Recife com a pequena Júlia Alencar

Não é de hoje que a delegada Gleide Ângelo é acionada para solucionar casos difíceis e emblemáticos em Pernambuco. Em fevereiro de 2010, o assassinato de uma turista alemã em pleno carnaval chamou a atenção de toda sociedade e intrigou a Polícia Civil do estado. A jovem Jennifer Marion Nadja Kloker, 22 anos, foi encontrada morta às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, num crime envolto em mistério e mentiras. Num trabalho conjunto, os delegados Alfredo Jorge e Gleide Ângelo descobriram que Jennifer foi morta a mando da família e prenderam todos os envolvidos no crime.

Ainda em 2010, outro crime de grande repercussão foi solucionado por Gleide. A administradora Narda Alencar Biondi, 33, foi dada como desaparecida no dia 29 de março. Familiares e amigos conviveram com a angústia da incerteza do seu paradeiro até o dia 4 de agosto de 2010, quando, após uma investigação trabalhosa, a delegada Gleide Ângelo descobriu que Narda havia sido morta por uma amiga e seu corpo estava enterrado no quintal de uma casa no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, onde vítima e assassina moravam. Quatro anos depois desse crime, a acusada foi condenada a 19 anos e seis meses de prisão.

Delegada foi ao local onde o corpo de Alice estava enterrado. Foto: Julio Jacobina/DP
Delegada foi ao local onde o corpo de Alice estava enterrado. Foto: Julio Jacobina/DP

Em junho do ano passado, Gleide foi designada para solucionar mais um caso que gerou revolta e comoção em todo estado. A estudante Maria Alice de Arruda Seabra, 19,  foi raptada, estuprada e morta pelo padrasto que queria manter um relacionamento amoroso com a jovem. A delegada conseguiu fazer com que o suspeito se entregasse à polícia e mostrasse o local onde havia enterrado o corpo da enteada, num canavial no município de Itapissuma. Também foi a responsável por esclarecer o desaparecimento da estudante Vaniela Oliveira, em maio de 2015.

Está em suas mãos ainda o inquérito que apura a morte do comerciante Paulo César Morato, encontrado morto dentro de um motel em Olinda, no dia 22 de junho. Morato era um dos alvos da Operação Turbulência da Polícia Federal e foi apontado como testa de ferro de um esquema que desviou R$ 600 milhões de recursos públicos para campanhas políticas do estado e do Nordeste. Essa investigação ainda não foi concluída, mas a delegada garantiu que falta pouco para explicar o que aconteceu naquele quarto de motel. Embora não esteja mais lotada no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide continua acumulando em seu currículo soluções de casos considerados complicados.

Grupo de Operações Especiais (GOE) terá novo delegado titular

A notícia da saída do delegado Cláudio Castro da chefia do Grupo de Operações Especiais (GOE) pegou os policiais da unidade especializada e também de outras delegacias de surpresa. Depois de 10 anos trabalhando no GOE, dos quais oito como delegado titular, Castro deixará o cargo que passará a ser ocupado pelo delegado Guilherme Caraciolo, seu adjunto atualmente.

Castro (E) será substituído por Caraciolo. Foto: Roberto Ramos/DP
Castro (D) será substituído por Caraciolo. Foto: Roberto Ramos/DP

Castro tem vasta experiência em resolução de crimes de extorsão mediante sequestro, que inclusive estão sem registros há muito tempo no estado. Ele é conhecido pelo perfil operacional e por chefiar grandes operações. Apesar da mudança não ter sido publicada oficialmente ainda pela Polícia Civil de Pernambuco, os comentários já ganharam os corredores de vários departamentos policiais e até do prédio da chefia da PCPE. Ainda não se sabe para onde Cláudio Castro será transferido.

O novo titular do GOE, Guilherme Caraciolo, já havia passado pela especializada como delegado adjunto de Castro em 2008 e depois foi deslocado para outras delegacias. Atuou um tempo da Delegacia de Homícidios de Jaboatão dos Guararapes, onde investigou a morte do médico Artur Eugênio, que completa dois anos nesta quinta-feira.

MPPE diz que nenhuma linha está descartada no caso Beatriz Mota

Enquanto a Polícia Civil de Pernambuco mantém o silêncio sobre as investigações da morte da menina Beatriz Mota, 7 anos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) divulgou nota de esclarecimento sobre o caso ocorrido dentro de uma escola no centro de Petrolina, no Sertão do estado. Segundo o MPPE, nenhuma linha de investigação pode ser descartada ainda.

Beatriz tinha sete anos. Foto: Blog O Povo Com a Noticia/Reproducao da Internet
Beatriz tinha sete anos. Foto: Blog O Povo Com a Noticia/Reproducao da Internet

Confira abaixo:

Diferentemente do que se percebe por alguns títulos das matérias veiculadas sobre o caso Beatriz, de Petrolina, com base em pronunciamento de membro do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), incumbe esclarecer que a colocação do promotor de Justiça responsável pelo caso, foi no sentido de que nenhuma linha de investigação deva ser, nesse momento, descartada.

Ciente da possibilidade de diversas interpretações quanto ao conteúdo das declarações do órgão ministerial, o MPPE deixa clara:

1. a inexistência de acusação voltada a qualquer tipo de religião ou credo;
2. que a responsabilização pela(s) conduta(s) homicidas que levaram à morte uma criança de forma tão estúpida e violenta devam ser imputadas individualmente a seu(s) autor(es) e não a qualquer religião ou credo e;
3. que as investigações ainda estão em curso, portanto nada conclusivo pode ser apontado como causa do homicídio, que sensibilizou o município, Estado e País;
4. que as falhas eventualmente apontadas no procedimento investigatório dizem respeito, em sua maioria, à própria estrutura deficitária e ao método/modelo de investigação consolidada na prática policial em nosso País, não dizendo respeito a atuação individual de seus componentes.

As instituições componentes do aparato de justiça e segurança estão envidando esforços para encontrar a solução do caso, prestando, assim, satisfação à população que clama pela Justiça, neste sentido, prudência e cautela devem pautar a propagação de informações sobre o caso neste momento.

SDS emite nota de esclarecimento sobre concurso para delegado

Diante dos questionamentos de muitos candidatos sobre mudanças no edital para o preechimento das 100 vagas para o cargo de delegado da Polícia Civil, a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou uma nota de esclarecimento. Confira na íntegra:

Através da Portaria Conjunta SAD/SDS nº. 039, de 04 de abril de 2015, foi instituída a Comissão Organizadora e autorizada a realização do Concurso Público regido pelo Edital nº. 01-SDS/PE, publicado no Diário Oficial de 05 de abril de 2015, para o provimento de 650 (seiscentos e cinquenta) cargos no âmbito da Polícia Civil do Estado de Pernambuco, sendo 100 (cem) cargos para o Cargo de Delegado de Polícia, 500 (quinhentos) para Agente de Polícia e 50 (cinquenta) para escrivão de Polícia.

O certame será executado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe-Cespe) e pela Secretaria de Defesa Social, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para o cargo de Delegado de Polícia.

Quanto à indagação da exigência dos “três anos de prática jurídica” ou “atividade policial” para os candidatos que concorrem ao cargo de Delegado de Polícia, o que motiva essa exigência é o disposto na Lei Complementar nº. 317, de 18 de dezembro de 2015, que em seu Artigo 2º prevê que “O ingresso no cargo de Delegado de Polícia dar-se-á sempre na faixa e na classe iniciais, mediante prévia aprovação em concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo exigido diploma de bacharel em Direito e, no mínimo, 3 (três) anos de atividade jurídica ou policial, comprovados no ato da posse.”

Os candidatos que se inscreveram no certame anterior, que foi anulado, têm se posicionado, afirmando que no presente concurso não deveria ser considerado o disposto no caput do Artigo 2º, alegando que no Parágrafo Único, do mesmo artigo, existe a previsão de que “A experiência de três anos referida no caput não se aplica a concurso público iniciado antes da vigência desta Lei Complementar.”

Porém, vale ressaltar que o concurso anterior, que foi autorizado através do Ad Referendum nº. 068, de 14 de julho de 2015, da Câmara de Política de Pessoal do Governo do Estado, expirou sua validade 06 meses após, conforme disposto no Art. 6º da Lei Estadual n.º 14.538, de 14/12/2011, e o certame foi anulado com base no Art. 49, da Lei 8.666/1993 e suas alterações.         

A instituição que realizaria aquele certame (IAUPE), publicou em seu site na internet www.upenet.com.br, no link concurso (SDS/PE – Delegado) os procedimentos para devolução da taxa de inscrição dos candidatos.

Uma nova autorização para realização do concurso público foi efetivada através do Ad Referendum nº. 015, de 01 de fevereiro de 2016, da Câmara de Política de Pessoal, propiciando um novo concurso aberto e consequentemente um novo edital, desta feita com outra organizadora (Cebraspe-Cespe), se submetendo portanto ao que  preconiza a Lei Complementar nº. 317, de 18 de dezembro de 2015.

Centro Integrado de Comunicação da SDS / PE

Gleide Ângelo, a delegada “dos casos impossíveis”

O assassinato de uma turista alemã em pleno carnaval de 2010 chamou a atenção do estado e intrigou a Polícia Civil de Pernambuco. No dia 16 de fevereiro, Jennifer Marion Nadja Kloker, com 22 anos na época, foi encontrada morta às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Antes de ser assassinada, Jennifer estava com a família num passeio de carro.

Ouvidos pela polícia, os parentes relataram que foram assaltados e que os suspeitos levaram a alemã. A versão contada pelo marido e pela sogra da vítima não durou muito para ser desconstruída. Os investigadores sabiam que existia algo de errado na história narrada nos primeiros depoimentos. Foi aí que uma delegada até então desconhecida da mídia assumiu o caso e conseguiu prender os envolvidos.

Gleide Ângelo no dia da prisão de Delma Freire. Foto: Alcione ferreira/DP
Gleide Ângelo no dia da prisão de Delma Freire. Foto: Alcione ferreira/DP

O Caso Jennifer, como ficou conhecida a investigação, ganhou diversas manchetes no Diario de Pernambuco ao longo dos três meses de cobertura. Assim como a sogra de Jennifer, a enfermeira Delma Freire, ganhava cada vez mais destaque no noticiário, a delegada Gleide Ângelo também deixava sua marca ao desvendar a trama que renderia um filme. Auxiliada pelo delegado Alfredo Jorge, Gleide concluiu o inquérito sobre a morte da alemã e descobriu que a sogra da vítima, seu filho e um italiano que vivia com Delma na Itália, onde todos moravam, mataram a jovem para ficar com um seguro de vida milionário que havia em nome da vítima.

Nesse mesmo ano de 2010, outro crime de grande repercussão ocorrido em Pernambuco ganhou destaque na imprensa. A administradora Narda Alencar Biondi, 33 anos na época, foi dada como desaparecida no dia 29 de março. Familiares e amigos conviveram com a angústia da incerteza do seu paradeiro até o dia 4 de agosto de 2010, quando, após uma investigação trabalhosa, a delegada Gleide Ângelo descobriu que Narda havia sido morta por uma amiga e seu corpo estava enterrado no quintal de uma casa no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, onde vítima e assassina estavam morando.

Gleide Ângelol em coletiva no DHPP. Foto: Paulo Paiva/DP
Gleide Ângelol em coletiva no DHPP. Foto: Paulo Paiva/DP

Quatro anos depois desse crime, a acusada foi condenada a 19 anos e seis meses de prisão. No julgamento realizado no Fórum de Paulista, a delegada Gleide Ângelo prestou depoimento como testemunha. Eu fazia a cobertura jornalística do júri popular e um fato observado nos intervalos do julgamento me chamou atenção. Todas as vezes que a delegada deixava a sala do tribunal do júri era apontada pelas pessoas que estavam na área do pátio do fórum. E não era só isso. Muitas delas aproximavam-se da delegada e a parabenizavam pelo seu trabalho. Outros tantos pediam para tirar fotografias com ela. “É muito gratificante o reconhecimento do povo pelo meu trabalho na polícia”, declara.

Delegada em ação no dia em que o corpo de Narda Biondi foi encontrado. Foto: Ricardo Fernandes/DP
Delegada em ação no dia em que o corpo de Narda Biondi foi encontrado. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Mas recentemente, em junho do ano passado, a delegada foi designada para solucionar mais um caso que gerou revolta e comoção em todo o estado. A estudante Maria Alice de Arruda Seabra, 19 anos, foi raptada, estuprada e morta pelo padrasto que queria manter um relacionamento amoroso com a jovem. Durante a investigação, Gleide Ângelo conseguiu fazer com que o suspeito se entregasse à polícia e mostrasse o local onde havia enterrado o corpo da enteada, num canavial no município de Itapissuma, no Grande Recife. Dos 13 anos de carreira na Polícia Civil do estado, a delegada que também ficou conhecida pelos seus cabelos vermelhos, pelas roupas coloridas e pelas suas bijuterias, acumula em seu currículo soluções de diversos casos considerados difíceis.

Delegada foi ao local onde o corpo de Alice estava enterrado. Foto: Julio Jacobina/DP
Delegada foi ao local onde o corpo de Alice estava enterrado. Foto: Julio Jacobina/DP

Quando era lotada no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), chegou a receber uma placa que foi colocada em sua sala com a frase: “a delegada dos casos impossíveis.” A entrada na polícia, conta Gleide, foi em busca da segurança de um emprego público. “Entrei na Polícia Civil em 2003 como agente, mas gostei tanto que resolvi fazer o curso de direito para ser delegada. Foi quando passei no concurso e assumi o cargo de delegada em 2008.”

Atualmente, Gleide está lotada na Delegacia de Homicídios de Olinda e sua popularidade aumenta a cada dia. Na semana passada, durante a homenagem prestada às mulheres pelo Shopping Tacaruna, a delegada foi uma das agraciadas. Quando o nome dela foi anunciado, muitos aplausos foram ouvidos pelos corredores do centro de compras. E o sucesso da policial não é só nas ruas. Em sua página no Facebook, Gleide tem mais de 65 mil seguidores. Suas postagens alcançam milhares de curtidas.

Edital do concurso da Polícia Militar será publicado nesta quinta-feira

Boa notícia para quem estava esperando a liberação do edital para a Polícia Militar de Pernambuco. O governador Paulo Câmara anunciou nesta quarta-feira durante reunião do Comitê Gestor do Pacto pela Vida a publicação do edital no Diário Oficial desta quinta-feira. Serão 1,5 mil vagas para soldados.

Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press

A banca organizadora do concurso é o Instituto de Apoio à Fundação Universidade de Pernambuco (IAUPE), que foi contratada por dispensa de licitação. Paulo Câmara também adiantou que o edital para o preenchimento de 650 vagas na Polícia Civil e 316 na Polícia Científica deverá ser lançado até o fim deste mês.

“Vivemos um cenário de restrição econômica, mas não vamos deixar de fazer os investimentos necessários na segurança pública. Estamos, inclusive, fazendo um esforço adicional, buscando completar os quadros das Polícias Militar e Civil para atuarmos na prevenção e repressão”, declarou Paulo Câmara.

O governador ressaltou que o Pacto pela Vida não é uma política de governo, mas de Estado, que depende da integração entre todos os Poderes constituídos, as áreas operacionais e a sociedade civil. “É muito importante também a nossa capacidade de dialogar e buscar alternativas conjuntas. Vamos continuar a nossa política de segurança com o controle, monitoramento e prevenção”, acrescentou.

O concurso da PM não trará ônus para o Estado. A IAUPE foi contratada por dispensa de licitação, após realização de consulta a diversas instituições. Foi considerada a melhor proposta e escolhida a instituição que apresentou o menor preço das inscrições, que cobrirá os gastos do certame. Os candidatos precisarão desembolsar R$ 100.

Para concorrer ao concurso, os interessados precisam atender os seguintes requisitos: devem ter entre 18 e 28 anos, a partir de 1,65m de altura (homem) e 1,60m (mulher), o Ensino Médio completo e Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Para a Polícia Civil, serão selecionados 100 delegados, 500 agentes e 50 escrivães. E, para a Polícia Científica, serão 316 cargos diversos. Os detalhes do certame serão divulgados posteriormente.

Divulgado retrato falado de suspeito de matar criança em Petrolina

Do Diario de Pernambuco

Mais de dois meses após o crime, a Polícia Civil divulgou o retrato falado de um dos suspeitos de matar a estudante Beatriz Angélica Mota, 7 anos, que foi assassinada em Petrolina, no Sertão do estado. A peça foi montada a partir de relatos de testemunhas que perceberam comportamento suspeito de uma pessoa que estava na festa de formatura das turmas de Ensino Médio do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Uma testemunha contou à polícia que o suspeito tinha sido visto no banheiro feminino na presença de duas crianças. Já outra relatou que o homem teria lavado o rosto e o cabelo de forma suspeita. A recompensa para quem repassar pistas que levem à captura subiu de R$ 5 mil para R$ 10 mil.

Suspeito está sendo procurado. Foto: Carol Sa Leitao/Esp. DP
Suspeito está sendo procurado pela polícia. Foto: Carol Sa Leitao/Esp. DP

De acordo com a Polícia Civil, cerca de 80 pessoas foram ouvidas no caso e aproximadamente 50 perícias foram realizadas pela Polícia Científica. Segundo Marceone Ferreira, delegado da seccional de Petrolina que está à frente das investigações, a esperança é de que com a divulgação do retrato falado, a conclusão do caso esteja mais próxima. “Com o retrato falado, pode haver a identificação dos culpados mais rapidamente”, ressaltou. Quem identificar o suspeito pelo retrato falado pode entrar em contato com o Disque-Denúncia pelo número (81) 3719-4545 ou 3421-9595, com garantia de anonimato e podendo ter uma recompensa de R$ 10 mil.

Beatriz tinha sete anos. Foto: Blog O Povo Com a Noticia/Reproducao da Internet
Beatriz tinha sete anos. Foto: Blog O Povo Com a Noticia/Reproducao da Internet

Beatriz Mota foi assassinada a facadas no dia 10 de dezembro do ano passado, durante uma festa no colégio onde seu pai é professor de inglês. A criança foi encontrada morta em uma sala utilizada como depósito de equipamentos esportivos que estava desativada, minutos depois de seus pais e o restante dos convidados da festa saírem a sua procura. Como não havia sinais de tentativa de abuso sexual, a polícia acredita que a intenção do suspeito era realmente praticar o homicídio.

 

Federalização
A assessoria de imprensa da Polícia Federal de Pernambuco emitiu nota no último domingo afirmando que ainda não há autorização para que o caso da menina Beatriz Mota fique a cargo de investigação federal. Em visita à cidade de Juazeiro (BA) na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff ouviu do prefeito de Petrolina que um pleito para que a PF assumisse o caso foi entregue ao Ministério da Justiça. A Polícia Federal ressaltou que, se ficar sob responsabilidade federal, Petrolina integra a cobertura da PF do estado da Bahia.