O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Pernambuco está empenhado em desvendar o assassinato de Shakira. O crime aconteceu na manhã desse sábado e ainda é um mistério para a polícia. Se você é fã da cantora colombiana, tenha calma, a vítima não foi ela. Segundo a polícia, uma travesti conhecida como Shakira foi morta com um tiro na cabeça, no município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. O homicídio aconteceu em um bar localizado na Avenida Brasil, onde a vítima bebia com outras pessoas.
Ainda de acordo com a polícia, o nome da vítima era Ronaldo Rodrigues dos Santos, de 34 anos. A morte teria acontecido depois de um desentendimento. A polícia disse ainda que Shakira era conhecida por cometer pequenos furtos na área, se prostituir e consumir drogas. Ao ser examinado pelos peritos, foi constatado que o corpo de Shakira ainda guardava marcas de outras confusões. Uma cicatriz de garrafada na cabeça foi encontrada próximo ao local atingido pelo disparo. Ao que parece, o assassinato não tem ligação com homofobia.
Após a perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC), o corpo de Shakira foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML). O local e horário do sepultamento ainda não foram divulgados.
A partir de agora, policiais, peritos e médicos legistas devem estar mais atentos ao desempenho das suas funções. É que os responsáveis pela fiscalização dos seus trabalhos resolveram apertar o cerco para que o resultado final das investigações não fosse comprometido devido à situação dos órgãos públicos.
Leia a matéria abaixo explicando as recomendações:
Dentro de sua atribuição constitucional de ser responsável pelo controle externo da atividade policial, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) expediu duas recomendações conjuntas direcionadas às Delegacias de Polícia, Instituto de Criminalística (IC) e Instituto de Medicina Legal (IML) de Petrolina. Com relação às Delegacias de Polícia, o MPPE recomenda que as medidas protetivas elencadas na Lei 11.340/06 e as prisões cautelares, uma vez constatada a sua necessidade, devem ser requeridas direta e imediatamente ao Tribunal de Justiça pela autoridade policial. Já nos casos de acidente de trânsito, os veículos apreendidos só deverão ser restituídos pela autoridade policial após a realização da perícia.
Já em relação ao IC e ao IML, as perícias médico-legais em crimes com utilização de arma de fogo devem indicar circunstâncias essenciais à elucidação do crime, como orifício de entrada e de saída dos projéteis, proximidade e angulação da entrada e saída do projétil na vítima etc. O exame residuográfico, sempre que possível, deve deixar claro se houve ou não utilização de arma de fogo pelo periciado. Os responsáveis pela perícia devem garantir a efetiva entrega dos Laudos Periciais no prazo de 10 dias, justificando eventuais atrasos.
Além disso, os cadáveres devem ser fotografados na posição em que foram encontrados e nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos devem informar com que instrumento, por quais meios e em que época presumem ter sido o crime praticado. Os promotores de Justiça afirmam, no texto das recomendações, que a atual situação das Delegacias de Polícia, IC e IML da região, que atuam com carência de pessoal e sem infraestrutura adequada, foi o motivo que levou à expedição dos documentos.
As recomendações são de autoria dos promotores de Justiça com atuação na Central de Inquéritos, Carlan Carlo da Silva, Ana Paula Nunes Cardoso e Rosane Moreira Cavalcanti. Os documentos foram publicados no Diário Oficial do sábado passado.
Com informações do Ministério Público de Pernambuco
A polícia esta investigando um suposto crime de injúria que teria sido praticado contra um rapaz no bairro de Casa Amarela. Coisas que pensamos não mais existir nos dias atuais. O assunto esteve nas páginas do Diario de Pernambuco nessa quinta-feira. Confira abaixo a matéria publicada na editoria de Vida Urbana.
Um possível crime de injúria qualificada foi denunciado na Delegacia de Casa Amarela pelo servente Anderson Alexandre Martins. Ele acusa o atendente e o gerente de uma sapataria daquele bairro de tê-lo ofendido com um desenho provocativo na parte interna de uma caixa de sapatos. De acordo com Anderson, ele teria comprado um par de tênis e só em casa percebeu que o produto estava trocado. Foi então que resolveu voltar à loja para desfazer o engano. Após esperar por um atendente, recorreu ao responsável pela loja. “Avisei ao vendedor sobre o problema e ele me pediu para aguardar. Ele demorou muito, então fui falar com o gerente, que se prontificou a resolver o caso.”
Uma balconista do estabelecimento teria entregue a caixa com o produto certo, mas desrespeitado o cliente. “Quando eu abri, fiquei bastante constrangido. Havia um desenho estampado na tampa da caixa e a vendedora me olhou com um ar de riso. Ela segurou a vontade de rir e me deu a caixa. Fui discriminado por causa da minha cor”, ponderou Anderson.
O servente voltou para casa e contou o que havia acontecido ao primo, o técnico em informática Swamyleão Rodrigues. Ambos voltaram à loja para conversar e cobrar explicações do gerente. “Perguntei o que aquilo significava e ele, ironicamente, me respondeu que era um sapato. Pedi para deixar de palhaçada e ele reconheceu que era uma brincadeira de mau gosto. Ou seja, assumiu a autoria do que tinha acontecido”, afirmou Rodrigues. Anderson e o primo foram à Delegacia de Casa Amarela, onde prestaram queixa. O delegado responsável pelo caso, Gilmar Rodrigues, afirmou que o suposto crime se caracteriza como injúria qualificada. “A vítima será ouvida, assim como as testemunhas. Em seguida, vamos intimar o gerente e o vendedor da loja para que eles prestem esclarecimentos”, contou.
Morreu na manhã desssa quinta-feira o delegado aposentado da Polícia Civil de Pernambuco José Martiniano da Silva. Martiniano, que estava com 81 anos, é o autor da letra e da música do hino da Polícia Civil. Além disso, compôs outras músicas e foi professor. O velório do corpo de Martiniano será realizado a partir das 10h e às 18h acontece a cremação, ambos no Cemitério Morada da Paz, no município de Paulista. Martiniano nasceu no dia 18 de abril de 1931.
Confira a letra:
HINO DA POLÍCIA CIVIL DE PERNAMBUCO
Letra e Música do Professor
JOSÉ MARTINIANO DA SILVA
Somos nós, esta classe briosa,
Que devemos a ordem velar
E, da sanha da mão criminosa
Os ditames da Lei preservar. (Bis)
Não buscamos a fama ou o mito,
Só nos move o dever a cumprir:
Evitar instalar-se o conflito,
Prevenir, apurar, reprimir. (Bis)
Cada um de nós seja um amigo,
Cada um de nós seja um irmão,
Possa sempre, iminente o perigo,
Minha mão encontrar tua mão. (Bis)
Pernambuco, que em dias de outrora
Permeaste de heróis o Brasil,
Em teus feitos espelha-se agora,
Grandiosa, a Polícia Civil! (Bis)
A vida parecia seguir normalmente para uma mulher de 49 anos que passava os dias de forma confortável e morando em um apartamento à beira-mar. No entanto, ela foi presa na última quarta-feira sob a acusação de ter aplicado um golpe milionário contra um casal de idosos o qual ela costumava frequentar a casa e acompanhar o homem, um médico aposentado, para bancos e para resolver outros problemas. Segundo a família do idoso e a polícia, essa mulher falsificou documentos, desviou dinheiro e se apropriou de vários dos bens da família. Usufruiu deles até ser retirada de casa nessa quarta-feira e levada para a Colônia Penal Feminina, onde vai aguardar julgamento.
O caso está estampado nas páginas do Diario de Pernambuco desta quinta-feira e revela um lado perigoso. Devido à correria do dia a dia, muitos filhos e netos não podem, outros não querem mesmo, acompanhar os parentes idosos na hora de resolver questões relativas a dinheiro. E é justamente aí que mora o perigo. Existem quadrilhas especializadas em aplicar esse tipo de golpe. Abusam da confiança de senhores e senhoras de idade para tirar até o último centavo deles se for possível. Se você tiver conhecimento de algum caso parecido, faça uma denúncia através do telefone 3421.9595. O anonimato é garantido.
Veja parte da reportagem publicada no Diario de Pernambuco:
De motorista e auxiliar de um idoso, Marlucy Scalone de Mello, 49 anos, passou à condição de moradora de um edifício de luxo à beira-mar de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, Graças a um golpe que, segundo a polícia, envolveu desvios de dinheiro, ameaças de morte, estelionato, falsificação ideológica e apropriação de apartamentos e fazendas do médico Ascendino do Rego Lins Filho, 82, que morreu há quase sete anos vítima de câncer. Investigações das polícias Civil e Federal resultaram em vários inquéritos, que comprovaram os crimes. Ontem pela manhã, com um pano de seda enrolado na cabeça e com as mãos algemadas, Marlucy deixou o edifício onde vivia com outros familiares, também suspeitos de participação no esquema. Em cumprimento de um mandado de prisão preventiva, ela foi encaminhada à Colônia Penal Feminina do Recife.
Marlucy foi presa. Foto: Arthur Souza/DP/D.A/Press
As investigações apontam que a suspeita se aproveitou da condição do médico, que precisava de uma ajudante para sair de casa, e da mulher dele, que também tinha graves problemas de saúde. Indefesos, eles foram vítimas de consecutivos crimes. O primeiro aconteceu sete meses antes da morte de Espólio. Com documentos falsos, Marlucy deu entrada na Justiça com um pedido de reconhecimento de união estável com ele, alegando que os dois eram solteiros, mas mantinham um relacionamento. Depois disso, conseguiu uma procuração para poder, por exemplo, retirar ou transferir dinheiro da conta bancária da vítima.
Afirmando ter direito por ser “viúva”, a suspeita ainda se apropriou de dois apartamentos (um em Boa Viagem e outro em Itamaracá), e duas fazendas (uma em Igarassu e uma em Itamaracá). “Várias delegacias abriram inquéritos contra a mulher e outros três familiares dela. Um seria sargento da Aeronáutica. As investigações continuam. Conseguimos provar os crimes”, disse o delegado Eronildo Farias.
Com o dinheiro do idoso, ela comprou apartamento neste prédio. Foto: Eduarda Bione/DP/D.A/Press
Confira entrevista com o filho do idoso:
Henrique Sobral Lins, filho da vítima
“Ela alegou ter uma união estável com meu pai”
Como esta mulher surgiu na vida do seu pai?
Ele já estava com uma idade muito avançada, debilitado por cauda do câncer. Meu pai precisava de ajuda para sair de casa e ir ao banco ou supermercado, por exemplo. Ele pagava R$ 20, R$ 30 para que ela o acompanhasse. Como se fosse uma diarista. Pouco tempo antes dele morrer, ela deu entrada na Justiça no reconhecimento de uma união estável com ele. Algo que nunca aconteceu. Ela se aproveitou da condição de saúde da minha mãe, que também estava debilitada. Somente após anos, conseguimos provar na Justiça, sem sombra de dúvidas, que esta mullher não tinha nenhum vinculo afetivo com meu pai. Ela própria entrou em contradições.
Como a família começou a descobrir os golpes que estavam sendo aplicados?
Ela se apropriou de duas fazendas e outros dois apartamentos do meu pai, sob a alegação de que mantinha uma união com ele. Tentamos, várias vezes, falar com ela e com outros três familiares que estavam envolvidos no golpe, mas não tivemos retorno. Por isso, procuramos a Justiça, que nos deu razão. Precisei juntar um verdadeiro dossiê com documentos, fotografias e processos abertos pelas polícias Civil e Federal. Houve transferências bancárias em nome do meu pai que ela conseguiu fazer graças a uma procuração. Queremos que todos os quatro envolvidos sejam punidos. A Justiça vai prevalecer.
Veja matéria completa escrita pelo repórter Raphael Guerra na edição impressa do Diario de Pernambuco desta quinta-feira.
A delegada Gleide Ângelo foi designada pelo gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Casimiro Ulisses, para apurar o inquérito que investiga a morte do jovem Wilson Sampaio Filho, 18 anos, ocorrida em maio do ano passado. A família acredita que Wilsinho, como o estudante era chamado, tenha morrido em decorrência do uso do suplemento alimentar Jack3D, que tem venda proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devido a algumas substâncias presentes em sua composição.
O caso foi publicado pelo Diario de Pernambuco em setembro de 2011 e o estagiário que vendeu o produto ao jovem em uma academia badalada da Zona Sul do Recife acabou indiciado pelos crimes contra a saúde pública e relações de consumo. A empresa responsável pelo Jack3D afirmou, na época, que o produto que estava sendo comercializado no Brasil era falsificado e não o fabricado por eles.
Para a família de Wilsinho, não restam dúvidas de que o rapaz que sonhava em ser jogador de futebol foi vítima do uso do suplemento. Desde então, Wilson e Marcelle Sampaio lutam para provar que o Jack3D causou a morte do filho. A delegada Gleide já recebeu toda a documentação referente à morte do jovem e está analisando o que já foi investigado pela Delegacia do Consumidor em relação à venda do produto.
Em depoimento à polícia, no ano passado, o estagiário indiciado disse que não vendeu o produto e disse que não tinha relação de amizade com a vítima. No entanto, ficou confirmado – por meio de testemunhas, fotos e outras provas – que os dois mantinham contato. Wilson tinha o sonho de ser jogador de futebol e foi encontrado pelos pais caído no banheiro de casa.
Depois de ter sido publicada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco em setembro do ano passado, a morte de um jovem de 18 anos que, segundo a família, foi causada pelo uso do suplemento alimentar Jack3D, ainda não foi iniciada. O produto, que tem venda proibida no Brasil pela Anvisa, continua sendo vendido em lojas do Recife e sites da internet com a promessa de uma nova fórmula. As autoridades dizem que mesmo assim o suplemento ainda oferece riscos à saúde. Muitos jovens recifenses seguem consumindo o produto.
Veja parte da matéria publicada no Diario de Pernambuco desta terça-feira.
O restante desta reportagem pode ser conferido na edição impressa do jornal.
Wilson e Marcellle Sampaio, pais de Wilsinho, querem que o caso seja esclarecido. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A/Press
A morte de Wilson Sampaio Filho, que pode ter sido causada pelo uso do suplemento Jack 3D, parece estar longe de ser esclarecida pela Polícia Civil de Pernambuco. Em dezembro do ano passado, após meses de investigações, a Delegacia do Consumidor indiciou um estagiário de educação física por ele ter vendido o produto ao jovem numa badalada academia da Zona Sul do Recife. O suspeito responde na Justiça por crimes contra a saúde pública e das relações de consumo. Na época, o caso foi encaminhado também ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que iria apontar de quem era a culpa pela morte do estudante recifense. Desde então, o inquérito passou por várias delegacias, mas nenhuma conclusão foi dada.
A mãe de Wilsinho, a funcionária pública Marcelle Sampaio, 42, relatou ontem a luta para que o caso não fique impune. Segundo ela, o inquérito estava sendo conduzido pela Delegacia de Boa Viagem e chegou a retornar para a do Consumidor. No início deste mês, após muitos pedidos dos pais, finalmente o caso chegou ao DHPP. “Queremos que um novo exame seja feito para identificar que havia substâncias dimethylamylamine (DMAA) no corpo do meu filho”, disse Marcelle.
Ao Diario, o gestor do DHPP, Cassemiro Ulisses, informou que deve designar, nos próximos dias, um delegado especial para comandar as investigações. O prazo de conclusão é de 30 dias, mas pode ser prorrogado. Em depoimento à polícia, no ano passado, o estagiário afirmou que não vendeu o produto, nem tinha uma relação de amizade com a vítima. No entanto, ficou confirmado – por meio de testemunhas e de outras provas colhidas – que os dois mantinham contato. Wilson tinha o sonho de ser jogador de futebol. O Diario entrou em contato com o escritório que representa o Jack 3D no Brasil, mas não obteve retorno dos advogados.
A violência segue sem freio e sem limite no estado. Não bastassem os assaltos a pessoas e roubos a estabelecimentos comerciais, os crimes de homicídios não param de ganhar as manchetes policiais. O jornal Aqui PE desta terça-feira relata um crime ocorrido na noite do último domingo, na comunidade da Moenda de Bronze, na Vila Rica, no Centro de Jaboatão. Uma jovem de 18 anos identificada como Eduarda Priscila Alves da Silva foi assassinada a tiros na frente de casa. A jovem, que estava grávida de cinco meses foi morta na frente da filha de apenas um ano e segundo a polícia, a família suspeita de crime passional.
Sem piedade alguma, o criminoso (a) disparou duas vezes contra a cabeça de Priscila que morreu na hora. “Foi um crime característico de execução. Atiraram para acabar com a vítima”, disse o perito do Instituto de Criminalística Fernando Benevides. Ainda segundo os parentes da vítima, ela não tinha envolvimento com drogas, nem com nenhum tipo de crime. O caso foi registrado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que já deu início às investigações.
Apesar de a comunidade da Moenda de Bronze ser conhecida como uma área violenta, até o momento, o crime está sendo tratado como crime passional. Familiares da vítima suspeitam de um ex-namorado da jovem, que não teve a identidade revelada. Durante entrevista à equipe da reportagem da TV Clube, um dos tios da jovem assassinada disse que encontrou a filhinha da vítima chorando e com a roupa suja de sangue, enquanto a mãe estava morta ao seu lado.
Daqui pra frente, o que passará na cabeça dessa criança? Com apenas um ano de idade a garota perde sua mãe e ainda assisti à sua morte. Ela vai precisar de um acompanhamento psicológico e de muita atenção da família para superar esse trauma. Infelizmente, não são raros os crimes cometidos diante de crianças e sobretudo filhos das vítimas. Lembro-me do caso da turista alemã Jennifer Kloker, assassinada a mando da família em fevereiro de 2010, que também foi executada na frente do seu filho de apenas três anos. O menino chegou a narrar a psicológos como aconteceu a morte da mãe. Crianças como essas têm grandes chances de se tornarem adultos com algum tipo de problema, se não forem tratadas corretamente.
A matéria completa sobre a morte da jovem você lê na edição impressa do Aqui PE desta quinta-feira, que você pode comprar nas bancas ao preço de R$ 0,25.
Um problema grave e pouco discutido pelas autoridades locais fez o Recife receber no mês passado integrantes de uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Federal. A exploração sexual de crianças e adolescentes é algo que está, infelizmente, cada vez mais presente nas ruas do Grande Recife. São meninas e mulheres que oferecem sexo em troca de dinheiro, e o pior, quase sempre para comprar crack. Levantamento feito pela polícia apontou pelo menos seis pontos de exploração sexual no Grande Recife. Esses são os que estão aos nossos olhos, mas quantos outros existem que não são do nosso conhecimento? Em Santo Amaro, por exemplo, a qualquer hora do dia e até mesmo na frente da Polícia Militar, o comércio do sexo pulsa forte.
Confira matéria publicada na edição impressa do Diario de Pernambuco desta segunda-feira:
Santo Amaro, jovens oferecem sexo em troca de dinheiro. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A/Press
Dez dias após os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes terem visitado alguns pontos de exploração no Grande Recife, o cenário continua o mesmo. Em um dos seis locais mapeados pela polícia e repassados para os integrantes da CPI, apesar de estar sob vigilância constante da Polícia Militar, mulheres e adolescentes seguem sendo exploradas. Ontem pela manhã, o Diario passou várias vezes pela Rua Palmares, que é a continuação da Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro, e flagrou cerca de dez jovens oferecendo sexo em troca de dinheiro. Além de servir para prostituição, o local é conhecido por ser também ponto de venda e consumo de drogas, sobretudo o crack.
A situação das mulheres e adolescentes que frequentam a localidade chamou a atenção da deputada federal Liliam Sá (PSD), relatora da CPI. “Esta é uma área muito bonita e arborizada, tem até prainha. Poderia estar sendo utilizada para o lazer das crianças, mas virou local de prostituição”, lamentou a parlamentar quando esteve no estado, no final do mês passado. O mapa da exploração sexual, além do bairro de Santo Amaro, identificou pontos em Boa Viagem, Encruzilhada, Tamarineira, Areias e Peixinhos, em Olinda. O levantamento, feito pela Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), foi entregue aos membros da CPI durante audiência pública sobre o tema realizada no último dia 27.
Integrantes da CPI visitaram locais de exploração sexual no Recife. Foto: Arthur de Souza/DP/D.A/Press
Nos seis locais mapeados, a GPCA registrou 78 casos de exploração desde o ano passado. Desse total, 40 estavam relacionados à questão sexual, enquanto 25 tratavam de crianças e adolescentes em situação de risco. Os outros casos foram de trabalho infantil. “Teve uma menina que, mesmo levada ao Conselho Tutelar e a abrigo, encontramos oito vezes no mesmo local”, contou o gestor da GPCA, Zanelli Alencar. Em muitos casos, a exploração sexual e a situação de risco estavam associadas à questão do uso de drogas. Antes de deixar o estado, a deputada Liliam Sá fez um relatório sobre o que viu de exploração sexual no Recife e enviou para a prefeitura. A parlamentar adiantou que voltará a Pernambuco para visitar os outros pontos mapeados. Além de Santo Amaro, há pontos críticos na Praça da Encruzilhada, a ponte em frente ao Sesc, na Avenida Norte, na Tamarineira, na Avenida Recife, e pontos das avenidas Boa Viagem e Presidente Kennedy.
CPI
Serão incluídos no relatório final da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes os casos de abuso sexual em cidades pernambucanas que passam pelo processo de expansão devido a grandes obras. Integrantes da comissão demostraram preocupação com Suape, Goiana e o polo Gesseiro do Araripe, no Sertão do estado. O objetivo é fazer uma radiografia dos impactos sociais que essas transformações urbanas provocaram e verificar de que forma isso se reflete no crescimento dos casos. Em 2011, segundo a 2ª Vara de Crimes Contra Criança e Adolescentes do Recife, foram registrados 1.637 casos envolvendo assédio sexual, atentado violento ao pudor, estupro e outros crimes praticados contra menores de 18 anos.
Os policiais militares que estão trabalhando nas eleições nesse domingo em todo o estado não estão nada satisfeitos com o dinheiro que irão receber pelo dia de serviço. Segundo a Associação dos Cabos e Soldados (ACS), muitas denúncias foram feitas desde a semana passada reclamando do valor de R$ 54 que foi oferecido pela Secretaria de Defesa Social (SDS).
“Como pode o policial ganhar R$ 120 por oito horas de serviço e agora passar a receber R$ 54 por 12 horas ou 24 horas trabalhadas? O profissional está longe de sua residência, em deslocamento. Precisa estar bem alimentado, descansado e limpo. Será que R$ 54 dá para as três refeições?”, indagou o coordenador Renílson Bezerra.
A ACS teve acesso às escalas dos PMS e entregou documento junto ao Comando Geral da PMPE questionando a situação. “Também estamos elaborando documento para o Ministério Público sobre o fato. Pedimos que todos os PMs que estejam trabalhando em operações no Sertão ou outros municípios que entrem em contato com a Associação”, concluiu.