Confira entrevista com a viúva do médico Artur Eugênio

A viúva do cirurgião Artur Eugênio falou com a imprensa sobre o assassinato do marido e contou que o médico pretendia processar Cláudio Gomes por assédio moral. Carla Azevedo concedeu entrevista acompanhada dos advogados Ademar Rigueira e Daniel Lima. Veja o que ela revelou:

Quando começaram as divergências entre seu marido e o doutor Cláudio Gomes?
Desde o tempo em que Artur estava fazendo o estágio probatório do Hospital das Clínicas e doutor Cláudio era o chefe direto dele. Além disso, havia divergências na rede particular. Devido a esses problemas, Artur preferiu deixar a equipe dele e trabalhar com outros profissionais.

Artur contou se havia recebido alguma ameaça por parte dos suspeitos apontados pela polícia?
Nunca soube de ameaças recebidas por Artur. E o filho de doutor Cláudio, pelo que eu sei, não teria motivos para querer matar o meu marido. Não vejo outra razão para o crime a não ser a que está sendo apontada pela polícia. Artur estava se destacando na área e iria assumir a presidência de uma câmara técnica que seria criada pelo Cremepe. Participou de uma reunião uma semana antes de ser assassinado.

Seu marido chegou a fazer alguma denúncia contra doutor Cláudio?
O que existiu foi um inquérito administrativo aberto porque doutor Cláudio reprovou Artur no término do estágio. Ele disse que o desempenho de Artur era péssimo, diferentemente da posição de todos os outros médicos em relação à postura de Artur. Por conta disso, Artur pretendia entrar na Justiça com um processo por assédio moral contra ele.

Diante do rumo das investigações e das ameaças de morte que algumas testemunhas sofreram, você teme pela sua vida?
Eu nunca recebi nenhuma ameaça, mas estou assustada. Eu perdi o medo de morrer. Não consigo imaginar o que tem na cabeça dessas pessoas. Então, isso me causa medo. Tenho medo de algum outro mal para o meu filho.

Caso Artur: polícia tenta encontrar provas contra novos suspeitos

A Polícia Civil solicitou ao Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) que faça a confrontação das fichas de novos suspeitos da morte do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos, com as impressões digitais encontradas na garrafa plástica deixada ao lado do carro da vítima após o veículo ter sido queimado. Esse foi o caminho por onde a polícia conseguiu provar a participação do bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32, no crime. As digitais dele foram detectadas no recipiente que transportou o líquido usado para queimar o Golf do médico.

Garrafa foi encontrada perto do carro da vítima. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press
Garrafa foi encontrada perto do carro da vítima. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

Além de Cláudio Júnior, o pai dele, o médico Cláudio Amaro Gomes, 57, também está preso no Centro de Triagem. Júnior é apontado como um dos executores e seu pai seria o mandante do assassinato ocorrido no dia 12 de maio. Ontem, a viúva de Artur falou sobre o caso e disse que o marido pretendia processar Cláudio Gomes por assédio moral. Carla Azevedo falou com os jornalistas acompanhada dos advogados Ademar Rigueira e Daniel Lima, no escritório deles, no Parnamirim.

Carla Azevedo contou que o marido e Cláudio Gomes tinham divergências. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Carla Azevedo contou que o marido e Cláudio Gomes tinham divergências. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

No dia em que o corpo de Artur Eugênio de Azevedo foi encontrado, em Jaboatão, a polícia já tinha em mãos o nome do principal suspeito, o médico Cláudio Gomes. Diante das informações colhidas entre familiares e colegas de trabalho, foi solicitada à Justiça a quebra de sigilo telefônico e bancário dele. Na noite do crime, entre a hora em que a vítima deixou o Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) e o momento da execução, pai e filho se falaram pelo menos duas vezes por telefones celulares. Além disso, Cláudio Júnior foi flagrado pelas câmeras do HCP, de onde seguiu Artur até o prédio dele, em Boa Viagem, onde também foi filmado.

Ontem, o delegado Guilherme Caraciolo ouviu novas testemunhas, mas afirmou que não comentaria de quem se tratava porque elas estão sendo ameaçadas. “Só falarei quando forem presos os suspeitos de executarem o médico. Também pretendo fazer uma reconstituição quando isso acontecer”, afirmou o delegado.

O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Marco Maggi negou ontem o pedido de habeas corpus feito no fim de semana pelos advogados do médico Cláudio Gomes. Em sua decisão, Maggi ainda manteve a prisão temporária do cirurgião. A defesa vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda nesta semana.

Quanto a Cláudio Júnior, a Justiça concedeu o relaxamento da prisão dele pela autuação em flagrante pela posse de arma de fogo. Porém, como há o mandado de prisão temporária relacionado à morte do cirurgião, ele continuará no Cotel. O médico e o filho estão sendo investigados por sequestro, homicídio, roubo e associação criminosa.

Do Diario de Pernambuco

População carcerária no Brasil passa de 715 mil, aponta CNJ

Uma pesquisa inédita do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) detalha a população carcerária brasileira. A partir de dados coletados com juízes de 26 estados e do Distrito Federal, o CNJ chegou a um total de 715.655 presos no país. Os dados anteriores ao estudo apontavam que pouco mais de 574 mil pessoas estavam atrás das grades. A diferença – quase 148 mil – é formada por aqueles que cumprem pena de privação de liberdade em prisão domiciliar.

Detentos iniciaram manifestação logo cedo. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Pernambuco tem mais de 27 mil detentos. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Essa população não era contada em análises anteriores, de acordo com o supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF-CNJ), conselheiro Guilherme Calmon. Ele explicou que, segundo a Lei de Execução Penal, mesmo os condenados a cumprir penas no regime aberto ou pena de limitação de fim de semana deveriam estar em espaços adequados para isso, como casas de albergados. Mas, “em razão da ausência de vagas, é que os juízes acabaram por admitir a prisão domiciliar”.

Tendo em vista os dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) relativos a junho de 2013, último balanço divulgado pelo órgão do Ministério da Justiça, havia no país 574.027 presos, o que significava um déficit de 256 mil vagas no sistema. Agora, ao se considerar também a prisão domiciliar como resultado de carência, o número de vagas faltantes sobe para 358.373.

Se a população carcerária aumentou, o número de presos provisórios diminuiu, segundo o CNJ. O órgão aponta que eles são 32% do total. Para Calmon, coordenador da pesquisa, isso mostra que “o juiz está fazendo a parte dele e julgando os processos em tempo razoável”. No entanto, segundo ele, “o problema é maior que o que tínhamos pensado antes”, e “o que fazer depende dos estados, a quem cabe construir presídios para comportar essa população”.

Com a pesquisa, o Brasil chega à proporção de 358 pessoas presas para cada 100 mil habitantes. O total de mais de 715 mil presos faz com que o país suba de quarto para terceiro lugar no ranking de população carcerária do mundo. Perde apenas para Estados Unidos (2,2 milhões de presos) e China (1,7 milhão). O quarto lugar é ocupado pela Rússia (676 mil), segundo dados do Centro Internacional de Estudos Penitenciários (ICPS, na sigla em inglês) da Universidade de Essex, no Reino Unido.

O estudo Novo Diagnóstico de Pessoas Presas no Brasil também revela que existem 373.991 mandados de prisão abertos. Se eles fossem cumpridos, o número de presos poderia chegar a 1.089.646 e o déficit de vagas a 732.427. A situação “mostra como nós temos uma racionalidade punitiva muito grande”, segundo a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko. À Agência Brasil, ela disse que há hoje uma governança da população pelo crime e pela punição.

Ela Wiecko disse que, assim como os que cumprem pena em domicílio estão presos porque estão sob o controle do Estado, há também aqueles que cumprem penas restritivas, sobre os quais não há um dado atualizado. “Somando tudo você vai ter mais de 1 milhão e 500 mil pessoas sob controle penal”, disse, destacando que “a sociedade brasileira e o Estado brasileiro têm que colocar um limite do que pode gastar com esse tipo de resposta [a prisão]”, bem como repensar a forma de lidar com os conflitos. “A resposta de que é crime, tem que processar criminalmente, é muito fácil de dar, mas a gente está vendo o que acontece. E as cadeias não podem ser depósito de pessoas”.

Até a semana que vem, o CNJ pretende entregar o relatório completo da pesquisa aos grupos de monitoramento e fiscalização carcerária dos tribunais de Justiça estaduais, assim como para as secretarias responsáveis pela área penitenciária e para o Depen. A expectativa é que o estudo embase a elaboração de novas políticas públicas.

Da Agência Brasil

Pesquisa feita por delegado aponta que 94% da categoria está insatisfeita

O texto abaixo foi retirado do Facebook do delegado Igor Leite, que atualmente responde pela Delegacia de Jaboatão dos Guararapes. Seguido por mais de 9 mil pessoas no seu perfil do Facebook, Igor publicou no dia 5 deste mês uma pesquisa feita por ele.

No entanto, essa insatisfação não é só dos delegados. Agente, escrivão, comissário, todo mundo tem reclamado bastante das condições de trabalho na Polícia Civil do estado. Se queixam principalmente da cobrança excessiva em resultados devido ao Pacto pela Vida e de não serem reconhecidos pelo desempenho. Depois da greve da Polícia Militar e de toda desordem que houve no estado, cabe ao governo olha mais para a segurança pública de Pernambuco.

Veja o texto sobre a pesquisa:

Percebendo a insatisfação dos Delegados da Polícia Civil de Pernambuco, como delegado e também pesquisador da área de ciências biológicas (graduação), direito, perícia criminal e políticas públicas de segurança (pós-graduação), resolvi avaliar o verdadeiro sentimento desses profissionais através de pesquisa e em números.

OBS: Gráficos em números absolutos (n=90).

Assim, sem apego a formalismos metodológicos desnecessários ao propósito, apliquei um simples questionário, com duas perguntas/quesitos, que deveriam ser respondidos com SIM ou NÃO, existindo ainda a possibilidade de ausência de resposta em qualquer dos quesitos.

Os questionários foram aplicados através de grupos de emails, grupos de whatsapp e grupo do facebook, sendo todos compostos por Delegados de Polícia de Pernambuco. Os participantes teriam que responder o questionário voluntariamente. As perguntas foram as seguintes:

1) Você está satisfeito exercendo o cargo de Delegado de Polícia Civil em Pernambuco?

2) Deixaria o cargo para assumir outra carreira jurídica com remuneração equivalente ou superior?

21% (90) dos 423 delegados em atividade em Pernambuco responderam o questionário. Os resultados foram impressionantes!

– 94% dos profissionais estão insatisfeitos exercendo o cargo de Delegado de Polícia em Pernambuco.

– 91% afirmaram que deixariam o cargo para assumir outra carreira jurídica com salário equivalente ou superior.

– 6% não deixariam o cargo por outra carreira.

– 2% estão satisfeitos com o exercício do cargo em Pernambuco, mas deixariam a função por outra carreira.

Apenas 01 (um) delegado afirmou que está satisfeito e que não deixaria a carreira por outra. Por coincidência (ou não) é um dos poucos que exerce função gratificada de valor elevado, tendo salário maior que os demais.

Os motivos da insatisfação foram apontados por alguns como sendo, inicialmente, o baixo salário – que atualmente é o terceiro pior do Brasil. Em seguida, os motivos mais apontados foram a ausência de estrutura para prestar um bom atendimento ao cidadão e as cobranças excessivas do governo, com colocação do profissional de segurança em segundo plano. Já existe, inclusive, um grupo de mais de 30 delegados que planeja reuniões de estudos semanais, com o intuito de realizar outro concurso e deixar a carreira no estado.

Não é a toa que desde o mês passado os Delegados de Pernambuco, após deliberação da entidade de classe, deflagraram a Operação Legal que, se cumprida na íntegra, deve fazer ruir a produtividade das delegacias e afetar o resultado do Pacto pela Vida.

Não é preciso ser especialista em segurança, bastando analisar os números da pesquisa, a mudança de postura e o grau de insatisfação das autoridades policiais, para perceber que o tempo está nebuloso e que o futuro não parece mais promissor.

PMPE entrega medalhas do Mérito Policial Militar nesta segunda-feira

Para finalizar as comemorações do 189º aniversário da Polícia Militar de Pernambuco, uma solenidade militar será realizada no Teatro Luiz Mendonça, Parque Dona Lindu, na manhã desta segunda-feira (9), a partir das 10h.

Na cerimônia personalidades civis e militares que contribuíram com os  relevantes serviços prestados à sociedade pernambucana, serão agraciadas com a Medalha Pernambucana do Mérito Policial Militar, maior comenda da Corporação.

Estão previstas as presenças do governador João Lyra Neto; do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho; e do comandante da PMPE, coronel José Carlos Pereira.

Neste ano, a Corporação presta homenagem aos saudosos cantores pernambucanos  Reginaldo Rossi e Dominguinhos – ícones da música popular brasileira. Além da participação do Corpo Musical da instituição, a programação contará com a exibição do grupo de teatro da Polícia Militar da Bahia com 25 integrantes.

Unidos por Artur fazem caminhada para cobrar justiça pela morte do médico

Hoje, o grupo Unidos por Artur, criado por amigos e familiares do médico assassinado, fará uma caminhada pela paz. O encontro está previsto para acontecer às 16h, na Praça Miguel de Cervantes no bairro da Ilha do Leite. Eles pedirão justiça para o caso. Enquanto isso, a Polícia Civil segue trabalhando para esclarecer toda a trama e prender todos os suspeitos do crime.

Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal
Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal

Ameaças a testemunhas, circulação de informações sobre possíveis motivações do crime nas redes sociais e risco de fuga dos suspeitos estão entre os fatores que levaram a polícia a pedir as prisões do médico Cláudio Amaro Gomes, 57 anos, e do filho dele, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32. Eles teriam tramado a morte do médico Artur Eugênio de Azevedo, 36, assassinado no dia 12. De acordo com a polícia, Cláudio Amaro (pai) estava de viagem marcada aos Estados Unidos.

Pai e filho, que estão presos em celas diferentes no Cotel, se negaram a prestar depoimento ontem ao  delegado Guilherme Caraciolo. O investigador afirma ter provas materiais contra ambos. Além dos dois outros homens que são procurados por participação no assassinato, a polícia admitiu que pode haver uma quinta pessoa envolvida no crime.

Delegado Guilherme Caraciolo está à frente do caso. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Equipe do delegado Guilherme Caraciolo está toda empenhada na solução desse assassinato. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Segundo fontes da Polícia Civil, além das ameaças de morte que várias pessoas receberam para não repassar informações sobre as divergências entre Cláudio e Artur, a viagem do médico aos EUA (para participar de um congresso) foi interpretada pela polícia como possibilidade de fuga.

Contra Cláudio Júnior constam as impressões digitais dele no local onde o carro da vítima foi queimado e as imagens que comprovam que ele seguiu Artur da saída do hospital até o prédio onde o médico morava, em Boa Viagem. “Não realizamos diligências hoje (ontem) mas estamos investigando o envolvimento de um quinto suspeito”, acrescentou Caraciolo.

Os pedidos de revogação das prisões temporárias foram entregues à Justiça ontem e devem ser analisados hoje. “O que meu pai mais quer agora é chegar em casa e voltar a trabalhar”, afirmou Daniel Gomes, que também é advogado.

Para que a juíza Maria Inês de Albuquerque analise os pedidos de liberdade, os quatro volumes do inquérito precisam ser remetidos pela polícia à 1ª Vara Criminal de Jaboatão. Ontem, o advogado Daniel Lima, que representa a família de Artur, também analisou o inquérito.

Audiência do caso Danielle Fasanaro acontece nesta sexta-feira

Parentes e amigos da modelo Danielle Fasanaro, assassinada a tiros pelo ex-companheiro, em 19 de junho do ano passado, estarão nesta sexta-feira, a partir das 9h, em Frente ao Fórum de Olinda, na Avenida Pan Nordestina, para fazer uma corrente de oração e pedir justiça para o caso. Nas redes sociais, a irmã da modelo, Michelle Fasanaro, criou as hashtags #CASODANISOLINO #CASODANI #DELUTONALUTA

Segundo a família, um terço será realizado às 9h30. Os parentes pedem para que as pessoas vistam camisas preta. O ato acontecerá porque está prevista para esta sexta-feira, às 11h30, a audiência de instrução do caso.

Leia mais sobre o assunto em:

Danielle Fasanaro: 11 meses e nenhuma resposta

Testemunhas do caso Artur Eugênio foram ameaçadas de morte

Testemunhas das supostas divergências entre o médico Cláudio Amaro Gomes, 57 anos, e o cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36, foram ameaçadas de morte. Segundo a polícia, por meio de telefonemas anônimos, um grupo de pessoas foi intimidado para não revelar possíveis provas que ligariam Cláudio Amaro e o filho dele, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32, à execução de Artur Eugênio. A polícia ainda investiga quem fez as ligações. Segundo o delegado Guilherme Caraciolo, uma nova tentativa de ouvir os dois suspeitos, presos no Cotel, será feita hoje.

Médico foi preso na terça-feira sob acusação de tramar morte de colega (GUILHERME VERISSIMO/ESP.DP/D.A PRESS)

“Essas testemunhas não presenciaram o crime, mas tinham informações do que aconteceu entre a vítima e o médico”, ressaltou Caraciolo, acrescentando que Cláudio e Artur não tinham boa relação. Segundo outro filho do médico, Daniel Gomes, o pai ficou abalado quando soube que estava sendo preso.

“Quando falei com meu pai ainda na delegacia, a primeira coisa que ele pediu foi para eu avisar à secretária para desmarcar as consultas que ele teria hoje (ontem) e informar que atenderia no dia seguinte (hoje). No entanto, quando eu falei que havia um mandado de prisão contra ele e que ele seria levado para o Cotel, meu pai desabou no choro. Ele é inocente”, contou. Ao irmão, Cláudio Júnior também disse não ter participação no assassinato.

Delegado Guilherme Caraciolo está à frente do caso. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Guilherme Caraciolo está à frente do caso. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

O veículo dirigido por Júnior, um Celta preto, usado para levar os outros dois suspeitos do crime, ainda foragidos, à frente do prédio de Artur, em Boa Viagem, não foi localizado. Após o crime, Júnior registrou boletim no qual consta que o veículo foi roubado. Além da imagem dele dirigindo o Celta, a polícia colheu suas impressões digitais no recipiente que transportou o produto usado para queimar o Golf do cirurgião. O carro foi encontrado em 13 de maio, na Guabiraba, Recife. Artur foi morto a tiros em 12 de maio, em Jaboatão.

Ricardo de Albuquerque defende o médico Cláudio Gomes
Ricardo de Albuquerque defende o médico Cláudio Gomes

A viúva de Artur disse que a família está estarrecida e só deve falar sobre o caso na próxima semana. Em diligência ontem no consultório de Cláudio, foram encontrados R$ 21 mil em uma gaveta. Familiares do médico afirmaram à polícia que não tinham conhecimento do dinheiro, mas acreditam que seria usado para pagar funcionários. Uma linha investigada é de que Cláudio e o filho teriam tramado a morte por inveja e revolta, porque o suspeito estaria perdendo clientes para a vítima.

Polícia em buscas de mais dois suspeitos da morte do médico Artur Azevedo

Uma trama que intriga a polícia e causou surpresa e revolta no meio médico de Pernambuco começa a ser esclarecida. Vinte e dois dias após a morte do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36 anos, um médico renomado e seu filho, estudante de direito, foram presos por suspeita de participação no crime. A Polícia Civil segue em diligências para prender os dois últimos suspeitos.

 (GUILHERME VERISSIMO/ESP.DP/D.A PRESS)

Ontem, agentes da 11ª Delegacia de Homicídios de Jaboatão prenderam o médico Cláudio Amaro Gomes, 57, e o filho dele, Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32, suposto mandante e um dos executores do crime, respectivamente. A motivação ainda não foi revelada, mas entre as possibilidades estariam a perda de prestígio de Cláudio no meio.

Pai e filho não confessaram participação no crime. Porém, contra Cláudio Júnior a polícia tem duas provas. A mais forte, e que resultou na sua identificação, são as impressões digitais encontradas na garrafa onde foi transportado o líquido utilizado para queimar o carro do cirurgião.

 (RICARDO FERNANDES/DP/D.A PRESS)

Peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) confrontaram as digitais com uma ficha do suspeito que veio do estado do Rio de Janeiro. Para a polícia, Cláudio Júnior ajudou a atear fogo no veículo encontrado carbonizado na Guabiraba, Recife.

Outra prova contra o universitário são imagens das câmeras do prédio onde a vítima morava, em Boa Viagem. Cláudio dirigiu o Celta onde estavam os outros dois suspeitos que desceram, renderam Artur na portaria do prédio e entraram no veículo dele, seguindo para o local da execução, às margens da BR-101 Sul, em Jaboatão. Artur foi morto no dia 12 de maio.

Filho do médico participou diretamente do crime. Foto: Guilherme Verissimo/Esp.DP/D.A Press
Filho do médico participou diretamente do crime. Foto: Guilherme Verissimo/Esp.DP/D.A Press

“Não temos dúvidas de que o filho participou da execução e de que o pai foi o mandante. Resta agora identificar e prender os outros suspeitos”, afirmou o delegado Guilherme Caraciolo. Ambos foram presos por força de um mandado de prisão temporária de 30 dias. O filho, por estar com um revólver calibre 38, ainda foi autuado por porte ilegal de armas.

Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal
Artur foi encontrado morto no dia 12 de maio. Ele tinha 36 anos, era casado e deixou um filho. Foto: Arquivo Pessoal

Formado em medicina pela Universidade Federal de Campina Grande, Artur era paraibano e morava no Recife há três anos. Trabalhava no HCP e ajudava pacientes vitimas do câncer. Era doutor em Cirurgia Torácica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; especialista em cirurgia torácica pela USP; cirurgião torácico do Hospital das Clínicas da UFPE; cirurgião torácico do Instituto de Medicina Integral de Pernambuco (Imip). De acordo com os colegas de trabalho, era uma pessoa alegre, querida, estudiosa e competente. Era casado com uma médica e pai de um menino de pouco mais de um ano.

Polícia prende pai e filho suspeitos de participar da morte do médico Artur Eugênio

A Polícia Civil prendeu pai e filho suspeitos de participação no assassinato do médico Artur Eugênio de Azevedo. Eles estão seguindo para a Delegacia de Homicídios de Prazeres, em Jaboatão. De acordo com a polícia os suspeitos estão com a prisão temporária de 30 dias decretada. Os nomes dos suspeitos são Cláudio Amaro Gomes, médico, e Cláudio Amaro Gomes Júnior, advogado.

Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal
Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal