O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nessa semana que a redução da maioridade penal não reduz a criminalidade entre os jovens. Para ele, são mais eficientes políticas públicas de incentivo e amparo aos adolescentes.
“Li hoje um argumento para reduzir [a maioridade] para 16 anos, mas, e daí, se o sujeito tem 15 anos e meio, e comete um crime, vamos reduzir para 15 anos? Não sei se é por aí a solução”, disse. “Talvez seja aquilo que o governo federal está tentando fazer: planos para dar incentivo e amparo aos menores”. O vice-presidente falou após o lançamento de seu livro de poesias Anônima Intimidade, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Em resposta ao governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que defendeu a redução da maioridade penal de adolescentes, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo disse ser contrário a medida, porque seria inconstitucional.
Da Agência Brasil
É muito bonito ouvir dizer que as mudanças precisam ser feitas em cima de políticas públicas de incentivo e amparo aos adolescentes. Porém, vemos cada vez menos medidas desse tipo sendo tomadas. Enquanto isso, nossa juventude vai mergulhando nesse mundo de criminalidade que muita vezes não oferece caminho de volta. E você, o que pensa sobre o assunto? É a favor da redução da maioridade penal?
A Polícia Civil acredita que o assalto ao Banco Santander da Avenida João de Barros, Boa Vista, na manhã dessa sexta-feira, pode ter sido realizado pelo grupo de criminosos que invadiu o Itaú da Avenida Visconde de Albuquerque, Madalena, no dia 1º. O modo de agir foi semelhante: os criminosos abordaram os vigilantes, anunciaram o assalto e roubaram pertences dos clientes, o dinheiro dos caixas e as armas dos vigias. Ambas as investidas duraram poucos minutos. Até a noite dessa sexta-feira, nenhum suspeito havia sido preso.
Esse foi o oitavo roubo a banco registrado no estado neste ano, segundo o Sindicato dos Bancários de Pernambuco. O crime no Santander, que ocorreu por volta das 11h30, causou pânico em clientes e funcionários.
Testemunhas relataram à polícia que, a todo tempo, dois homens armados ameaçavam atirar se alguém reagisse. Na saída, para facilitar a fuga, um carro com pelo menos mais um suspeito aguardava a dupla. Não houve troca de tiros nem feridos. A quantia roubada não foi revelada. Uma câmera instalada na frente do estabelecimento pode ter registrado o crime. A polícia já solicitou as imagens.
A perita papiloscopista Therese Rattacaso, do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), informou que, pelas imagens, foi possível identificar um dos bandidos. Ela acrescentou que as impressões digitais dos dois suspeitos que entraram na agência passarão por análise. O Diario tentou entrar em contato com o delegado titular de Repressão ao Roubo e Furto, Mauro Cabral, mas as ligações não foram atendidas.
A prisão de um dos suspeitos de envolvimento no assalto ao Itaú da Madalena, na última quinta-feira, pode ajudar na identificação do grupo. Reinaldo da Silva Romão, 32 anos, foi capturado em Moreno, na RMR. Segundo a polícia, o suspeito já vinha sendo investigado por participação de homicídios. Durante a prisão, na residência dele, ainda foram encontradas 50 gramas de maconha e uma identidade falsa.
A Comissão de Finanças e Tributação aprovou, no último dia 3, o Projeto de Lei 700/07, do deputado Sandes Júnior (PP-GO), que destina parcela dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) à capacitação e ao reaparelhamento dos institutos de criminalística estaduais, do Distrito Federal e da Polícia Federal. A comissão avaliou o impacto financeiro da proposta, e o relator, deputado Guilherme Campos (PSD-SP), concluiu que não haverá impacto nas despesas públicas.
O objetivo do projeto, de acordo com Sandes Júnior, é modernizar e digitalizar os arquivos. Ele lembra que a lei já permite a aplicação dos recursos do FNSP com esse objetivo. A mudança proposta, explicou, levará o conselho gestor do fundo a priorizar os estados que se comprometam com a modernização das chamadas “polícias técnicas”.
Produção de provas
A criminalística consiste na análise dos elementos materiais relacionados ao crime. É feito um estudo, por profissionais especializados, dos diversos fatores que levam à produção das provas técnicas.
Esse trabalho permite provar a ocorrência de um crime, determinar a forma como ele aconteceu e, quando possível, identificar as partes envolvidas, inclusive o criminoso e outras pessoas que possam de alguma forma ter relação com o fato.
O Pacto pela Vida do Recife já tem definido os representantes do Tribunal de Justiça (TJPE) e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que irão acompanhar suas reuniões. O anúncio foi feito nessa quinta-feira. O juiz Humberto Inojosa e o promotor Francisco Hortêncio participarão ativamente do Pacto, discutindo ações integradas para a redução da violência na cidade.
O interlocutor do TJPE com o plano municipal de segurança pública já participa do Pacto Pela Vida do Governo do Estado. Inojosa foi designado pelo presidente do tribunal, Jovaldo Nunes, em ato publicado no Diário Oficial. “A Prefeitura do Recife pode contar sempre com o tribunal. Seremos parceiros na redução da criminalidade”, afirmou o desembargador.
No MPPE, o procurador-geral do estado, Aguinaldo Fenelon, designou o promotor Hortêncio especialmente para representar o órgão no Pacto Pela Vida do Recife. O procurador-geral também garantiu que será um aliado da prefeitura no combate à violência. “Já realizamos um trabalho social integrado, mas é preciso fazer mais. No Brasil só quem se organiza é o crime. Precisamos mudar isso”, disse.
O secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, afirmou que a parceria com as duas instituições é importante para aproximar o cidadão do acesso à Justiça. “Além das ações integradas no Pacto Pela Vida do Recife, vamos trabalhar com o TJPE e o MPPE dentro dos cinco Compaz que serão construídos no Recife nos próximos quatro anos”, afirmou.
O destino dos “Canibais de Garanhuns”, como ficou conhecido o trio acusado de esquartejar mulheres e se alimentar de sua carne, deve ser definido até o fim deste mês. Nesse prazo, serão entregues à Justiça os resultados dos exames de sanidade mental de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, Isabel Cristina Pires da Silveira, 52, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 23. Nessa quinta-feira fez um ano que o caso de repercussão internacional começou a ser desvendado pela polícia. Em depoimento chocante, o trio também afirmou que usava a carne humana para rechear coxinhas e empadas vendidas à população.
Se os laudos comprovarem que os acusados têm problemas mentais, como defendem seus advogados, eles não irão a júri popular responder pelos três homicídios que comprovadamente cometeram entre 2008 e 2012. Um dos crimes ocorreu em Olinda e dois em Garanhuns – as vítimas foram atraídas por propostas de emprego.
Se ficarem comprovados os problemas mentais, os acusados poderão receber apenas uma medida de segurança. Seriam encaminhados ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, onde ficariam por três anos e, após nova análise, seriam liberados, como prevê a lei.
Atualmente, Jorge está preso no Comprexo do Curado (antigo Aníbal Bruno). Cabia a ele cortar a cabeça das mulheres, esquartejar seus corpos e retirava a carne. Isabel e Bruna estão na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima. A primeira cozinhava a carne e recheava os salgados. A segunda era responsável por fazer convites de trabalho (para atuar como babá) às vítimas. Os três estão em celas isoladas como garantia de segurança. Na época das investigações, eles confessaram oito mortes (uma delas na cidade de Conde, na Paraíba), mas a polícia garantiu que só ocorreram três.
O coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), desembargador Antonio Malheiros, criticou os que defendem a internação compulsória para tratamento de viciados em drogas, especialmente o crack. Para o desembargador, iniciativas como a dos governos de São Paulo e do Rio de Janeiro não surtem efeitos e servem como medidas “higienistas”: apenas tiram das ruas as pessoas sem apresentar uma solução efetiva. “Não é para esconder o problema como o estado de São Paulo fez”, criticou.
O magistrado, que coordena o Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), um centro de atendimento a crianças e adolescentes usuários de drogas na região conhecida como Cracolândia, defendeu o tratamento em meio aberto como medida mais eficaz. “O tratamento em meio aberto é muito melhor e a recuperação se mostra muito mais plausível. Nós temos que aumentar o número de vagas, o número de CAPs (centros de Apoio Psicossocial) para tratamento ambulatorial em meio aberto.”
O trabalho é considerado pioneiro por levar ações de Justiça diretamente aos usuários de drogas com o apoio de uma equipe especializada formada por psiquiatra, psicólogos e assistentes sociais. “É o Judiciário que sai dos seus gabinetes e vai para as ruas encontrar as pessoas em drogadição. Há todo um convencimento para que elas busquem um tratamento de forma voluntária,” disse Malheiros.
Segundo o desembargador, só na região da Cracolândia, área central da cidade, estima-se que até 400 crianças estejam envolvidas com drogas, principalmente crack. Ele disse que foi conhecer de perto os casos encaminhados ao Judiciário. “Fui conhecer a situação para saber o que é este maldito crack e o quanto ele é devastador. Eu vivi intensamente, às vezes pela manhã, à tarde, à noite e, muitas vezes, de madrugada, para saber quem é o usuário da droga. Ela ultrapassa qualquer fronteira e submete a pessoa a uma tragédia.”
Para Malheiros, a internação compulsória (por determinação do juiz e contra a vontade do paciente) acaba gerando um ciclo perpétuo de internação e recaída e só deve ser usada como último recurso. “Só com evidência de risco em relação à vida do dependente ou de outra pessoa”, ressaltou.
Uma espera angustiante. Há um ano, a família da engenheira civil Alzira Cortez de Souza espera respostas sobre sua morte, que continua cercada de dúvidas. Os familiares suspeitam que o companheiro de Alzira a espancou na casa onde o casal vivia, em Jaboatão, mas as investigações ainda não chegaram a uma conclusão. A engenheira, que tinha 58 anos, morreu após passar dois dias internada no Hospital da Restauração, onde deu entrada como vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). Alzira também tinha lesões pelo corpo, que, para a família, foram provocadas pelo homem, um técnico de informática. Na época, os parentes chegaram a registrar um boletim de ocorrência. A Delegacia de Piedade investiga o caso.
O laudo do IML apontou hemorragia interna do crânio e sugere que as lesões são compatíveis com as causas jurídicas tanto de homicídio quanto acidente. Vinte pessoas já foram ouvidas e duas reproduções simuladas foram realizadas. “Devolvi o laudo da reprodução simulada ao médico legista, solicitando o esclarecimento de algumas lacunas. O companheiro da vítima já prestou depoimento e afirmou que as lesões foram decorrentes de duas quedas”, informou a delegada Ana Amélia Carvalho.
As dúvidas surgiram porque era preciso descobrir de onde Alzira caiu e de que forma aconteceu a queda. “O ex-marido contou que ela caiu num restaurante e, no dia seguinte, se desequilibrou em seu quarto, enquanto ele dormia. Se as lacunas não forem preenchidas, ficará difícil apontar crime, mas a depender das respostas do IML posso concluir pelo indiciamento por homicídio ou omissão de socorro, já que ele não a levou logo a uma unidade de saúde”, destacou a delegada.
A professora Maria Luiza de Souza Rezende, irmã de Alzira, confirma que a família tem fortes suspeitas sobre o ex-companheiro. O irmão, o desenhista Amaro Cortez, 50, conta que a angústia da família só aumenta. “Continuamos acreditando em espancamento”.
Está sendo bastante comentada entre os delegados da Polícia Civil do estado a operação realizada nessa terça-feira, Dia Nacional de Combate à Corrupção, que prendeu 91 pessoas em 12 estados brasileiros. Um tremendo mal-estar está formado entre a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Isso porque os delegados estão alegando que o MPPE anunciou ser o responsável pelas investigações que prendeu quatro pessoas envolvidas no esquema criminoso no município de Garanhuns, no Agreste do estado.
A celeuma ganha força nesse momento porque está prestes a ser votada uma PEC que retira do Ministério Público o direito de realizar investigações sobre crimes. Através de um e-mail, a Secretaria de Defesa Social e Polícia Civil de Pernambuco informam que “a elucidação das irregularidades no Hospital Dom Moura, em Garanhuns, foi resultado de trabalho realizado por uma equipe da instituição cujo responsável foi o delegado Altemar Mamede, depois de indícios apresentados pela alta direção da Secretaria Estadual de Saúde, em Julho de 2012.”
A nota segue informando que “os quatro acusados presos nessa terça-feira durante a Operação Nacional Contra a Corrupção já haviam sido investigados pela Polícia Civil desde julho de 2012, quando a Secretaria Estadual de Saúde denunciou o desvio de verbas públicas à Secretaria de Defesa Social.”
De acordo com a SDS, o delegado Altemar Mamede foi designado para apurar os fatos criminosos. Durantes as investigações, o delegado solicitou à justiça a quebra dos sigilos telefônicos dos envolvidos, que identificou a prática dos crimes de falsidade ideológica, peculato (apropriar-se de dinheiro em razão do cargo público), inserção de dados falsos em sistema de informação da Administração Pública, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e ameaça. Ao final do inquérito policial, o delegado solicitou as prisões preventivas dos quatro indiciados, com indicação de materialidade e autoria do fato.
Já a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) também divulgou nota esclarecendo que “o delegado Altemar Mamede chegou, inclusive, a solicitar à Justiça as prisões preventivas da diretora da unidade e de outros três funcionários quando terminou as investigações. O pedido, entretanto, foi negado pela Justiça, já que na época o Ministério Público de Pernambuco ofertou parecer contrário às prisões.”
A nota diz ainda que “o inquérito retornou à delegacia onde foram realizadas novas diligências sendo encontrados mais indícios do crime. Os autos retornaram à Justiça, há três meses, com todas as provas produzidas pela Polícia Civil. A ADEPPE ficou surpresa com a operação deflagrada ontem pelo Ministério Público de Pernambuco onde a instituição se posiciona como autora das investigações. Fato que não procede.”
Com informações da Assessoria de Imprensa da SDS e da ADEPPE
Por mais absurdo que pareça, quem usa os estacionamentos de grandes supermercados do Recife está sujeito a ações de bandidos, como a que quase provocou a morte de uma funcionária pública de 29 anos na última segunda-feira. No dia seguinte ao crime, o clima de medo aumentou entre clientes dos estabelecimentos. Quem já costumava tomar precauções nesses ambientes está redobrando os cuidados a partir de agora. O reforço na segurança, no entanto, nem sempre anda no mesmo ritmo.
O caso que chamou atenção pela brutalidade aconteceu no Extra da Madalena, por volta das 21h da segunda. O marido da vítima, um advogado de 32 anos, disse que o criminoso quis obrigá-la a entrar no carro, um Nisan Livina, mas ela se recusou, o que teria provocado a reação do suspeito. “Não sabemos qual era a intenção dele, se era assaltar ou estuprar. Ela acredita que ele estava muito drogado”, contou. Depois de quase ser linchado pelos clientes, o criminoso foi preso em flagrante e levado para o Cotel, em Abreu e Lima.
A mulher, cujo nome a família prefere não revelar, está internada em situação estável no Hospital Portugûês. Ela teve fraturas múltiplas no rosto e apresenta muito inchaço no local. A cirurgia poderá ser feita assim que os edemas diminuam.
No hipermercado onde ocorreu o caso, não havia seguranças no estacionamento ontem à tarde. “Se houvesse fiscalização, isso não teria acontecido”, comentou a dona de casa Jaquilene Gomes, 45. O marido dela, o autônomo Genildo Moura, 54, concorda: “Não temos vigilantes na área interna ou externa. É muito perigoso”, acrescentou.
A aposentada Cristina Lisbôa, 76 anos, disse que todas as semanas vai ao Carrefour, na Torre, pelo menos uma vez, e que se sente insegura quando segue para o estacionamento, onde costuma deixar seu carro. “Certa vez precisei pedir para uma pessoa me acompanhar até o veículo porque um estranho estava me seguindo”, comentou. No mesmo lugar, o aposentado Pedro Gonçalves, 66, disse que nunca sofreu tentativas de assalto, mas defende que deveria haver mais segurança no supermercado. “Nunca vejo vigilantes por perto dos veículos”, criticou. Coincidentemente, no mesmo momento da entrevista um deles passou de moto fazendo a ronda.
Através de nota, o Extra informou que prestou assistência imediata à vítima, que foi encaminhada ao hospital. “O estacionamento do Extra tem medidas para garantir a segurança dos clientes, tais como empresa terceirizada responsável pela segurança do local, controle de entrada e saída dos veículos através de câmeras de monitoramento e equipe treinada para acionar as autoridades competentes mediante qualquer atitude suspeita. A rede reitera que permanece à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos necessários”, diz a nota. A assessoria de imprensa do Carrefour, no entanto, afirmou que a rede não costuma falar sobre a segurança ofertada nos supermercados da rede, por cautela.