Polícia recebeu imagens do prédio onde pedagogo foi assassinado

As imagens do circuito interno de câmeras do Edifício Módulo, localizado na Avenida Conde da Boa Vista, onde foi assassinado o pedagogo José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, já estão em poder da polícia. O delegado Alfredo Jorge, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), recebeu ontem as imagens registradas no edifício da quinta-feira até o último sábado, dia em que o corpo da vítima foi encontrado dentro do seu apartamento.

 

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

De acordo com o delegado, as imagens começarão a ser analisadas hoje. Também hoje prestarão depoimento o síndico do prédio, dois porteiros e dois familiares da vítima. Na última segunda-feira, dois rapazes que frequentavam a casa do pedagogo foram ouvidos pelo delegado. Ambos negaram participação na morte de José Bernardino.

A polícia já sabe que a pessoa que matou o pedagogo desceu do sétimo andar onde a vítima morava e foi até o quarto andar, onde jogou a chave do apartamento em um lixeiro. “Uma funcionária encontrou as chaves no lixo do quarto andar. Após matar a vítima, o assassino seguiu até esse andar. As imagens poderão ajudar a revelar outros detalhes do crime”, ressaltou Alfredo Jorge.

De acordo com uma vizinha, que preferiu não se identificar, Bernardino foi visto pela última vez na noite da quinta-feira, quando estacionou a motocicleta na parte interna do prédio. Desde então, vizinhos apenas ouviam o bater da porta do apartamento. O corpo foi encontrado com os pés amarrados com um fio de ventilador e o pescoço, com fio de um ferro de passar, também utilizado para desferir golpes contra a vítima.

O corpo do auxiliar de coordenação pedagógica do Colégio Agnes e professor da rede municipal de ensino foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro na manhã da segunda-feira. A vítima morava no Edifício Módulo há cerca de dois anos e era muito querido pelos familiares, alunos e colegas de trabalho.

PMs acusados de mandar garotos pularem no rio serão julgados

Nove anos após as mortes de dois adolescentes que morreram afogados após serem obrigados a entrar no Rio Capibaribe, cinco dos oito policiais militares acusados pelo crime irão a júri popular. O julgamento dos réus Sebastião Antônio Félix (tenente), Aldenes Carneiro da Silva (sargento), José Marcondi Evangelista (soldado), Ulisses Francisco da Silva (soldado) e Irandi Antônio da Silva (soldado) está marcado para quarta-feira, às 9h, na Primeira Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano.

Meninos foram agredidos com cacetetes pelos PMs. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Meninos foram agredidos com cassetetes pelos Policiais Militares. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Os corpos dos adolescentes Zinael José Souza da Silva, 17, e Diogo Rosendo Ferreira, 15, foram encontrados no dia 1º de março de 2006, boiando no rio, no bairro da Torre. O caso publicado com exclusividade pelo Diario na época resultou no afastamento de 13 policiais militares para investigação.

Um grupo de 17 adolescentes foi abordado por duas viaturas, sendo uma do Batalhão de Radiopatrulha e outra da Emergência Policial 190 do 16º BPM, nas imediações do Cais de Santa Rita quando seguiam para o Marco Zero, onde iriam brincar carnaval. Ouvidos pela reportagem na época do crime, os adolescentes contaram que foram colocados dentro das viaturas, circularam por várias ruas da cidade e depois foram levados para as imediações do Fórum do Recife, em Joana Bezerra. Lá, os adolescentes disseram que sofreram espancamentos de cassetetes, foram agredidos com tapas e depois obrigados a entrar na maré.

Agressões aconteceram nas imediações da Ponte Joaquim Cardoso. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Agressões aconteceram nas imediações da Ponte Joaquim Cardoso. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Como não sabiam nadar, Diogo e Zinael morreram afogados. Os outros garotos conseguiram sobreviver. Familiares das vítimas afirmaram que os meninos foram confundidos com um grupo que estava realizando furtos no Bairro do Recife. “Nossos filhos não eram ladrões. Só porque estavam com os cabelos pintados de loiro os policiais pensaram que eles estavam roubando”, afirmou a mãe de dois jovens que foram agredidos.

Zinael Souza tinha 17 anos. Foto: Arquivo Pessoal
Zinael Souza tinha 17 anos. Foto: Arquivo Pessoal

Em depoimentos à polícia e à Corregedoria Geral, os militares contaram que pegaram os garotos e depois os abandonaram, mas negam que tenham particado agressões. No entanto, segundo o delegado responsável pelas investigações não restam dúvidas das participações de cinco deles no crime.

“Com menos de 30 dias já tínhamos a identificação de todas as vítimas, sendo duas fatais, e ainda das viaturas que participaram das duas ações bem como os nomes dos envolvidos. Cinco deles foram indiciados, que são esses que estão indo a júri, os outros três foram denunciados pelo Ministério Público e serão julgados depois”, ressaltou o delegado Paulo Jeann Barros.

Diogo Rosendo, amigo de Zinael, tinha 15 anos. Foto: Arquivo Pessoal
Diogo Rosendo, amigo de Zinael, tinha 15 anos. Foto: Arquivo Pessoal

Depoimentos das vítimas e testemunhas, mapeamento das viaturas através do sistema GPS, recibo de devolução de dois cassetetes quebrados e o reconhecimento fotográfico dos suspeitos realizados pelas vítimas e testemunhas foram alguns dos indícios e provas materiais apresentados pela polícia.

Caso foi publicado com exclusividade pelo Diario em março de 2006
Caso foi publicado com exclusividade pelo Diario em março de 2006

Os familiares das vítimas estão confiantes na condenação dos réus. “Na quarta-feira (amanhã) estaremos todos no fórum. Tomara que agora a justiça seja feita, pois já se passaram muitos anos e os culpados não foram punidos”, desabafou a irmã de Diogo, a dona de casa Patrícia Rosendo Ferreira. Todos os acusdos estão respondendo aos crimes em liberdade. Com exceção do tenente Sebastião Félix, todos foram expulsos da PM. O caso do oficial está sendo analisado pelo Conselho de Justificação do Tribunal de Justiça da Pernambuco.

Policiais civis do estado param nesta terça-feira por 24 horas

Os policiais civis do estado irão parar suas atividades por 24 horas nesta terça-feira, 19 de maio, a partir das 0h. A decisão da paralisação foi tomada em assembleia geral da categoria, ocorrida logo após uma negociação entre os dirigentes do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco) e assessores do governador Paulo Câmara, na última quarta-feira. Apenas casos de flagrantes devem ser registrados pelos policiais.

Decisão foi tomada após enconrto da categoria com representantes do governo do estado. Foto: Sinpol/Divulgação
Decisão foi tomada após encontro da categoria com representantes do governo do estado. Foto: Sinpol/Divulgação

A assembleia geral dos policiais civis também deliberou pelo começo da 2ª Fase da Operação Polícia Cidadã. Ainda antes da reunião e da assembleia, cerca de 1.500 policiais civis seguiram em passeata pela avenida Cruz Cabugá, rua do Hospício, avenida Conde da Boa Vista, rua da Aurora e finalizaram o protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, onde foram recebidos pela assessoria do governador para conversar sobre respostas para a pauta de reivindicações que foi entregue em 30 de janeiro.

O governo do estado se comprometeu a iniciar o diálogo sobre a pauta de reivindicações dos Policiais Civis nesta semana. O Sinpol pede que a gratificação por função policial seja fixada em um percentual de 225% para todos os policiais civis de Pernambuco. Além disso, o sindicato também reivindica para a categoria modificações no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) que promovam aumentos salariais por tempo, qualificação e faixa etária.

Corpo de professor assassinado será enterrado nesta segunda-feira

Será sepultado nesta segunda-feira o corpo do auxiliar de coordenação pedagógica do Colégio Agnes e professor da rede municipal de ensino, José Bernardino da Silva Filho, de 49 anos. Ele foi morto dentro do apartamento número 72, do Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista, onde vivia há pelo menos dois anos. O corpo de José Bernardino foi retirado do imóvel no final da noite do último sábado, depois de ser encontrado por um amigo e por vizinhos, sem roupas e enrolado em fios de eletrodomésticos e com sinais de pancadas na cabeça.

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

De acordo com uma vizinha, que preferiu não se identificar, o pedagogo foi visto pela última vez na noite da quinta-feira, quando estacionou a motocicleta na parte interna do prédio. Desde então, vizinhos apenas ouviam o bater da porta do apartamento. “Ele sempre deixava um pano para vedar a porta quando saía, porque ela estava com problemas, mas fechava por dentro. Quando foram verificar, a porta estava encostada e a grade da frente com um cadeado, que foi arrombado”, afirma. A informação é de que o corpo foi encontrado com os pés amarrados com um fio de ventilador e o pescoço, com fio de um ferro de passar, também utilizado para desferir golpes contra a vítima.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

Segundo a polícia, o homem não era casado, não tinha filhos e mantinha relações homoafetivas supostamente com garotos de programa. Um jovem que ajudou a descobrir o corpo e era comumente visto nas dependências do prédio acompanhando o pedagogo deve ser localizado e interrogado pela polícia nos próximos dias, já que ele deixou o local antes da chegada das equipes do IML e da Força-Tarefa de Homicídios. O caso será investigado pelo delegado Alfredo Jorge. O corpo será sepultado às 10h de hoje no cemitério de Santo Amaro. Na página dele, no Facebook, muitas declarações de alunos e professores sobre o amigo.

Polícia Civil fará parada de advertência na terça-feira

Policiais civis e peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril ocuparam ruas do Centro por duas horas a partir das 16h30 de ontem para reivindicar melhores condições de trabalho, incluindo a compra de coletes à prova de bala, delegacias mais estruturadas, e contratação de concursados.

Categoria fez passeata ontem pelas ruas do Centro. Fotos: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Categoria fez passeata pelas ruas do Centro. Fotos: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Além disso, pediram melhorias nos salários, com fixação do percentual de 225% de gratificação para todo o quadro da Polícia Civil. Ao fim, reunidos em assembleia na Praça da República, anunciaram paralisação de advertência de 24 horas a partir de 0h da terça-feira (19).

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, disse que a categoria quer garantir os 30% de serviços previstos em lei, fazendo apenas flagrantes. A decisão vale também para o IML.

Peritos do IITB também participaram da passeata
Peritos do IITB também participaram da passeata

Cerca de mil policiais civis e peritos participaram da passeata, que cobrou a convocação os 100 escrivães e 700 agentes para substituir outros 800 que se aposentam até o final do ano, de um total de 4,9 mil profissionais.

Os policiais se reuniram na Praça da República, após distribuir uma carta aberta à sociedade. A passeata fez uma parada de protesto na frente da Secretaria de Defesa Social (SDS) e rumou ao Palácio do Campo das Princesas, para que uma comissão entregasse um documento com reivindicações.

Um comissão foi recebida no Palácio do Governo ontem à noite
Um comissão foi recebida no Palácio do Governo ontem à noite

A comissão foi recebida pelo secretário em exercício da Casa Civil, Marcelo Canuto, e o secretário-executivo André Campos, que ressaltaram a disposição de manter diálogo. Além disso, informaram que mesmo com a data-base da categoria programada para junho, todos pontos da pauta “serão aprofundados por comissões temáticas formadas pelas SDS, Secretaria de Administração e da Fazenda, para avaliar o impacto financeiro das reivindicações. Os gestores anunciaram para a próxima semana uma reunião entre representantes do Sinpol e o secretário de Administração, Milton Coelho.

Polícia conclui inquérito sobre morte de jornalista aposentado

O jornalista Marco Aurélio de Alcântara, 77 anos, foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). A conclusão do inquérito será apresentada nesta quinta-feira pelo delegado Bruno Magalhães da 2ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O suspeito Cristiano José Silva do Nascimento, preso desde o mês de fevereiro, confessou participação na morte do jornalista. Ele já está no Cotel, em Abreu e Lima. O segundo envolvido no crime, segundo a polícia, é o ex-presidiário Emerson Pereira Morais, conhecido como Negão, que está foragido.

Crime aconteceu na casa da vítima, no bairro do Derby. Fotos: Reprodução/TV Clube
Crime aconteceu na casa da vítima, no Derby. Fotos: Reprodução/TV Clube

Após a prisão, Cristiano disse à polícia que os suspeitos ficaram com R$ 30 mil da vítima e que o dinheiro foi dividido entre eles. A polícia conseguiu chegar até Emerson depois que peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) encontraram as impressões digitais dele em uma pasta que pertencia à vitima. “Infelizmente, ainda não conseguimos prender o segundo suspeito e iremos divulgar a foto dele para ajudar nas investigações”, declarou o delegado Bruno Magalhães.

Câmeras de segurança mostraram suspeitos fugindo do imóvel
Câmeras de segurança mostraram suspeitos fugindo do imóvel

Ainda de acordo com o delegado, o suspeito preso alega que quando a dupla saiu da casa do jornalista ele ainda estava vivo. “Ele alega que não praticou o latrocínio, mas o laudo do IML apontou que a vítima morreu de asfixia por estrangulamento. As imagens de uma câmera de segurança mostram os dois suspeitos saindo juntos da casa da vítima”, completou Bruno.

Marco Aurélio morava sozinho e já foi colunista do caderno de Economia do Diario de Pernambuco. Ele foi encontrado morto na manhã do dia 24 de setembro do ano passado, dentro da casa dele, no bairro do Derby. A vítima tinha as mãos, pernas e braços amarrados e um fio de náilon em torno do pescoço. Na noite anterior à morte, testemunhas disseram ter visto pelo menos duas pessoas estranhas entrando na casa. Alcântara teria vendido a residência onde morava por R$ 800 mil e sacado R$ 60 mil do valor recebido no banco. O dinheiro estaria guardado no imóvel.

Marco tinha 77 anos e já foi colunista do Diario
Marco tinha 77 anos e já foi colunista do Diario de Pernambuco

O corpo de Marco Aurélio foi encontrado por um funcionário da vítima, que pediu para não ser identificado. Ele contou ter estranhado a grade da casa aberta e o primeiro andar do imóvel com os objetos fora do lugar, como se tivesse ocorrido uma luta corporal. Durante a manhã, equipes do Instituto de Criminalística, da Polícia Civil e do IML estiveram no local. Marco Aurélio foi assessor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e funcionário do Diario, onde assinou a coluna econômica Periscópio. Ele também integrava a Associação Nacional de Escritores e continuava ligado ao Diario como articulista da página de Opinião.

Corpo foi encontrado por um funcionário um dia após o crime
Corpo foi encontrado por um funcionário um dia após o crime

O jornalista também foi proprietário da Revista Confidencial Econômico do Nordeste e assessor de imprensa do deputado federal Inocêncio Oliveira, que acompanhou em Brasília. Estava aposentado da Câmara dos Deputados desde 2012. Era considerado um homem culto pelos amigos, profundo conhecedor de temas sobre Portugal, Espanha, lusofonia e o mundo ibérico.

Policiais civis fazem passeata nesta quarta-feira

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) fará nesta quarta-feira uma grande passeata para exigir ao governo do estado que atenda à pauta de reivindicações entregue no dia 30 de janeiro. O ato está marcado para ganhar as ruas às 15h e pertende percorrer a Avenida Cruz Cabugá, Rua do Hospício, Rua Princesa Isabel e terminará em frente ao Palácio do Campo das Princesas, onde a categoria deve realizar uma assembleia geral.

Os policiais civis reivindicam melhores condições de trabalho, equipamentos à altura da corporação e diversos outros pontos como a fixação do percentual de 225% de gratificação de Função Policial para todo o quadro da Polícia Civil, do agente até o delegado de polícia, alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos, dentre os quais, inclusão dos Peritos Papiloscopistas no Quadro Técnico da Polícia e reposição inflacionária para o ano base 2015.

Leia mais sobre o assunto em:

Sinpol pede fechamento de delegacias e de IMLs

BR-232: a rodovia do medo

Viajar pela BR-232 virou sinônimo de medo. Desde o início deste ano, os assaltos a ônibus na rodovia vêm assustando passageiros e motoristas. Na madrugada de ontem, dois coletivos foram abordados por bandidos armados perto  Pesqueira, no Agreste, e os passageiros tiveram seus pertences roubados. Em um dos casos, a polícia chegou ao local do crime e trocou tiros com os assaltantes. Uma professora foi baleada de raspão no pescoço.

Assaltos estão assustando passageiros e motoristas que trafegam à noite. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Assaltos estão assustando passageiros e motoristas que trafegam à noite. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Após reunião entre representantes da PRF, Polícia Civil e PM, ainda na segunda-feira, antes dos crimes, ficou decidido que a fiscalização na BR-232 será intensificada. A Polícia Rodoviária Federal diz que não sabe quantos assaltos ocorreram neste ano porque nem todos os casos são levados aos seus postos.

Os crimes geralmente acontecem à noite ou de madrugada e os bandidos costumam agir entre Arcoverde (Sertão) e Pesqueira (Agreste). Um coletivo da empresa Progresso foi abordado por cinco homens que estavam em dois carros e mandaram o motorista dirigir até um canavial. A polícia foi acionada e trocou tiros com os criminosos, que conseguiram fugir. A professora Rejane Alves dos Santos, 37 anos, foi atingida, mas não corre risco de morte.

De acordo com o cunhado de Rejane, Davi Sampaio, ela está muito assustada e disse que não iria mais viajar de ônibus. “Esses assaltos acontecem com muita frequência nessa rodovia. Minha cunhada disse que não entra mais em ônibus.” Dos dois carros utilizados na ação, um que havia sido roubado em Arcoverde na semana passada foi recuperado.

BR-232 faz a ligação do Agreste e Sertão do estado com a Região Metropolitana. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
BR-232 faz a ligação do Agreste e Sertão do estado com a Região Metropolitana. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

O segundo coletivo assaltado seguia do Crato (CE) ao Recife. O veículo da Princesa do Agreste, que levava 50 passageiros, foi abordado em Pesqueira. Um carro ultrapassou o ônibus e obrigou o motorista a parar.

Quatro homens encapuzados e armados entraram no ônibus e mandaram o motorista dirigir até uma estrada de terra. Todos os passageiros foram obrigados a entregar dinheiro, aparelhos de telefone celular e relógios. Os casos estão sendo investigados pela Delegacia de Pesqueira.

Saiba mais

42 km
separam Arcoverde de Pesqueira

40 minutos
é o tempo médio de viagem entre as
duas cidades

5 homens
formavam quadrilha que assaltou o ônibus e causou o tiroteio na qual uma passageira foi atingida

256 km
é a distância do
Recife a Arcoverde

215 km
separam Pesqueira
do Recife

Artur Eugênio: um ano da morte lembrado com missa

Nesta terça-feira está completando um ano do assassinato do cirurgião torácico Artur Eugênio de Azevedo, 36 anos. Para lembrar a data, parentes e amigos participarão hoje às 19h30 de uma missa em memória de Artur. A celebração será realizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Ilha do Leite. Alguns outdoors com a foto do médico foram espalhados pelas ruas da capital.

Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal
Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal

Dois meses e 17 dias após o crime, a Polícia Civil de Pernambuco apresentou a conclusão do inquérito que apurou o homicídio. Cinco pessoas foram indiciadas pelo assassinato frio e covarde que causou grande revolta na sociedade, sobretudo na classe médica. Artur, segundo a polícia, foi morto a mando do também médico Cláudio Amaro Gomes, 57.

De acordo com o delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações, motivado por inveja e perda de espaço profissional o renomado médico Cláudio Amaro Gomes pediu ao seu filho Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32, que contratasse duas pessoas para matar Artur. “Ele estava disposto a destruir a carreira de Artur, como não estava conseguindo resolveu partir para a execução da vítima”, disse o delegado durante a apresentação da conclusão do caso.

Garrafa foi encontrada perto do carro da vítima. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press
Garrafa foi encontrada perto do carro da vítima. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

Além do médico Cláudio Amaro Gomes e do filho dele, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, apontados como mandantes, outras três pessoas foram indiciadas pelo assassinato do médico Artur Eugênio. São eles: Lyferson Barboza da Silva, 26, Jailson Duarte Cesar, 29, e Flávio Braz de Souza, 32 (morto em troca de tiros com a polícia). Segundo a investigação, Flávio atirou em Artur e Jailson apresentou Lyferson e Flávio a Cláudio Amaro Júnior. O Valor acertado para e execução da vítima pode ter chegado até a R$ 100 mil.

Os suspeitos foram enquadrados nos crimes de sequestro, homicídio, roubo, associação criminosa, estelionato e comunicação falsa de crime. Os quatro suspeitos seguem presos e esperam pelo julgamentono que pode acontecer até o final deste ano. Como havia sido antecipado pelo blog e pelo Diario de Pernambuco, uma perícia papiloscópica feita numa garrafa encontrada perto do carro do médico encontrou as digitais de Cláudio Amaro Júnior no objeto, o que o coloca no local onde o veículo de Artur foi incendiado, no bairro da Guabiraba.

Crimes de Serra Talhada começam a ser esclarecidos

Por Thaís Arruda, do Diario de Pernambuco

A força-tarefa que investiga a onda de assassinatos em Serra Talhada, a 415 km do Recife, no Sertão, vai retornar ao município para apurar crimes praticados na região desde o início do ano. Ontem, a Polícia Civil apresentou o resultado da Operação Paz no Sertão, que investigou a morte do vereador Cícero Fernandes, o Cição, assassinado no dia 12 de março. De acordo com a polícia, Cícero era o líder de uma organização criminosa acusada de vários crimes.

Cúpula da SDS apresentou conclusão nessa segunda-feira. Foto: SDS/Divulgação
Cúpula da SDS apresentou conclusão nessa segunda-feira. Foto: SDS/Divulgação

Durante a operação, que envolveu 249 policiais, foram presos Luciano de Souza Soares e Cícero Valdevino da Silva, policiais militares de Pernambuco, e Georgenes Alves Pereira, PM da Paraíba. Renato Rodrigues da Silva, suspeito de matar dezenas de pessoas, também foi capturado. De acordo com a Polícia Civil, o assassinato do vereador Cição teria sido motivado por vingança, devido a homicídios que a vítima teria encomendado, além de desavenças entre famílias.

Reforço policial foi enviado para a cidade, como no ano passado. Foto: AnnaclariceAlmeida/DP/D.A Press
Reforço policial foi enviado para a cidade, como no ano passado. Foto: AnnaclariceAlmeida/DP/D.A Press

Cícero Valdevino da Silva e Luciano de Souza Soares eram integrantes do grupo criminoso comandado por Cição. Já Georgenes Alves Pereira, Fernando Fábio Mourato e Gustavo Rafael Ferreira – esses dois últimos também foram assassinados -, são apontados como autores do homicídio. Permanecem foragidos Israel Pereira Lima, que seria integrante do PCC, e Wellington Silvestre dos Santos, também acusado de participar da chacina de Poção, no Agreste.

“Pessoas que tiveram parentes envolvidos em homicídios encomendados por Cição no ano passado juntaram-se para matar o vereador. O policial Georgenes, por exemplo, teve seu irmão assassinado e atuou como mandante da morte de Cição’’, disse o delegado Guilherme Caraciolo.

Delegado Guilherme Caraciolo está à frente do caso. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Guilherme Caraciolo comandou operação. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

“Mesmo que tenhamos esses casos de policiais envolvidos no crime em Serra Talhada, é preciso deixar claro que o estado dará uma resposta. Eles não ficarão protegidos pela farda’’, disse o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.

Mortes em
Serra Talhada

9 homicídios de janeiro
até ontem

35 homicídios em 2014

18 em 2013

Números da operação

193 policiais civis

56 policiais militares

9 armas apreendidas

Leia mais sobre o assunto em:

SDS envia reforço para elucidar nova onda de crimes em Serra Talhada